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Quatro mortes só este mês: afogamentos em Salvador acendem alerta mesmo fora da alta temporada

Só em setembro, quatro mortes foram registradas e levantam debate sobre segurança nas praias; especialistas opinam

  • Foto do(a) author(a) Maria Raquel Brito
  • Maria Raquel Brito

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 05:00

Salvamar alerta para o risco de descargas elétricas na praia durante chuvas intensas em Salvador
Salvamar alerta para o risco de afogamento no mar agitado Crédito: Bruno Concha/Secom PMS

A primavera teve início nesta segunda-feira (22) e, nos últimos dias antes da estação mais florida do ano dar as caras, o sol voltou a reinar em Salvador e levou os soteropolitanos às praias de toda a cidade. O tempo aberto, porém, não pode ser visto como sinal de mais segurança no mar.

“Apesar dos dias quentes e convidativos [de setembro], o mar ainda se comporta como no inverno, com ondulações de alta energia. Além disso, as marés em setembro são mais elevadas, o que intensifica as correntes. A combinação de ondas de alta energia com marés mais fortes potencializa a formação das correntes de retorno, que são responsáveis por mais de 80% dos acidentes por afogamento”, explica a tenente-coronel Patrícia Torreão, do 13°BBM.

Apenas este mês, pelo menos quatro pessoas morreram em decorrência de afogamento em Salvador. De acordo com o Corpo de Bombeiros, fatores como a condição agitada do mar no inverno, que traz ondas de alta energia e marés mais fortes, são alguns dos principais motivos desses acidentes.

O mais recente foi na noite da última quinta-feira (18), quando duas pessoas se afogaram em uma praia do Rio Vermelho, em Salvador. Quando perceberam, guarda-vidas do Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros Militares (13°BBM/CBM-BA) realizaram o resgate e tentaram salvar as duas vítimas, mas uma delas não resistiu e faleceu ainda no local.

O acidente foi um dos dez afogamentos que resultaram em mortes em Salvador este ano. Apenas em setembro, foram registrados quatro óbitos nas praias da capital baiana. No total, foram registradas 268 ocorrências entre janeiro e setembro, de acordo com a Coordenadoria de Salvamento Aquático de Salvador (Salvamar). O número apresenta uma queda de 58% em relação aos nove primeiros meses de 2024, quando a Salvamar notificou 641 ocorrências.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a quantidade de ocorrências das últimas semanas foi atípica, uma vez que o período de maior incidência de acidentes no meio marinho acontece entre dezembro e março, na alta temporada, devido ao grande número de banhistas nas praias. Porém, ainda de acordo com a instituição, setembro é um mês que historicamente apresenta um ligeiro aumento nos afogamentos, por conta das condições agitadas do mar.

O monitoramento da orla de Salvador é dividido entre o Corpo de Bombeiros e a Salvamar. Enquanto o CBM-BA mantém serviço ativo de guarda-vidas da Praia de Amaralina até o Porto da Barra, com equipes Náuticas atuando na Baía de Todos os Santos e adjacências, a Salvamar é responsável pelo trecho entre Jardim de Alah e Ipitanga, além da Ilha de Maré e a Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe (na Ilha dos Frades).

Praia do Barravento está entre as mais perigosas, de acordo com o Corpo de Bombeiros por Arrison Marinho/CORREIO

Kailani Dantas afirma que as praias mais perigosas sob responsabilidade da Coordenadoria são Piatã, Stella Maris e Jaguaribe, devido a fatores como a forte correnteza. De acordo com Patrícia Torreão, entre as praias que contam com a cobertura do CBM-BA, Barravento e Paciência se destacam pelo maior número de ocorrências.

“É importante ressaltar que toda praia possui seus perigos, mas aquelas expostas a uma maior energia de ondas são intrinsecamente mais perigosas devido à acentuação das correntes de retorno. Trechos com formações rochosas também apresentam alto risco, associado à possibilidade de formação dessas correntes”, diz.

A tenente-coronel conta que as principais vítimas de afogamento em Salvador são homens jovens, que “tendem a se arriscar mais diante dos perigos, contribuindo para a maior incidência de ocorrências dessa natureza”.