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Com a vitória de Paulo Rangel, o PT passa a ter um domínio do TCM com quatro dos sete integrantes sendo ligados à sigla
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2024 às 17:24
A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) elegeu, na tarde desta terça-feira (5), o deputado estadual Paulo Rangel (PT) como novo conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
O petista, que teve 36 votos, venceu a disputa contra o ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos), que teve 22 sufrágios.
Com a vitória de Paulo Rangel, o PT passa a ter um domínio do TCM com quatro dos sete integrantes sendo ligados à sigla. O partido já tinha três conselheiros: o ex-deputado federal Nelson Pelegrino, a ex-primeira-dama Aline Peixoto e o auditor de carreira Roberto Sant’Anna, que era um militante da legenda.
A indicação de Aline Peixoto, inclusive, causou polêmica. Ela é casada com o ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que tensionou para que a mulher fosse escolhida. O caso ganhou repercussão em todo país e a imprensa nacional chamou de “esposismo” - o favorecimento a esposas.
Entre os petistas do TCM, o conselheiro com mais idade é Nelson Pelegrino, com 63 anos, o que garantirá o controle do Partido dos Trabalhadores por pelo menos 12 anos.
O cientista político especialista em Tribunais de Contas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marco Antônio Carvalho, ressaltou que os governos mudam e a composição dos tribunais pode, então, ser alterada. “(Mas) o que acontece é que na Bahia, há quase 20 anos não se altera (o poder estadual). Foi o que aconteceu em São Paulo, onde o PSDB ficou governando o estado por 20 anos”, ponderou. Ele salientou ainda que as indicações partidárias para a Corte têm sido um “problema” em todo o país.
"Essa questão é muito parecida com o Supremo (Tribunal Federal). O (presidente) Lula vai indicar mais um agora com a aposentadoria de (Luís Roberto) Barroso. Aqui no estado de São Paulo até o final do ano vão ser quatro novos conselheiros no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Não é um problema do TCE da Bahia e do PT, mas é um problema da regra que está prevista desta forma. Para mudar isso, tem que mudar a forma de escolha e de indicação”, afirmou.