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Linha do tempo: cronologia mostra como foi feminicídio de comerciante deixada em freezer em Periperi

Dois suspeitos foram indiciados pelo feminicídio

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 05:46

Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos
Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos Crédito: Reprodução/TV Bahia

A Polícia Civil da Bahia fechou o quebra-cabeça do desaparecimento de Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos, ao reconstituir, em ordem cronológica, como ocorreu o crime que terminou em feminicídio e ocultação de cadáver. O inquérito aponta que a vítima foi morta no próprio estabelecimento comercial, em Periperi, e teve o corpo destruído em etapas, numa tentativa deliberada de eliminar provas.

Dois suspeitos pelo crime foram indiciados pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver com a conclusão do inquérito sobre o crime, que aconteceu em setembro. Veja o que mostra a investigação.

Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos por Reprodução/TV Bahia

11 de setembro - o dia do crime

Essa foi a última data que familiares tiveram contato com Fabiana. No início da noite, por volta das 18h, Fabiana estava no mercadinho de sua propriedade, onde mantinha sociedade comercial com o ex-companheiro, mesmo após o fim do relacionamento. O primo dele, que havia passado a frequentar o local e prestar serviços semanas antes, também estava presente. Segundo a investigação, os dois participaram do crime. Eles derrubaram a vítima no chão; ela foi esganada e, ainda semiconsciente, atingida com golpes no pescoço até a morte.

Após o homicídio, o corpo foi colocado em um freezer. Facas usadas na tentativa de desmembramento e o próprio freezer apresentaram vestígios genéticos da vítima e sangue feminino, elementos que mais tarde seriam decisivos para a comprovação do crime.

13 de setembro - transporte e queima

Dois dias depois, o cadáver foi retirado do freezer, colocado em um tonel e levado para outro endereço: um imóvel em Mussurunga, onde funcionava uma hamburgueria ligada ao ex-companheiro da vítima. No local, os restos mortais foram queimados por horas. Antes disso, houve ainda o uso de substâncias corrosivas e inflamáveis, numa tentativa de acelerar a destruição do corpo e apagar rastros.

14 de setembro - descarte dos resíduos

Depois da queima, os restos mortais foram descartados em um container público. A sequência de ações, segundo a investigação, teve como objetivo dificultar a identificação do crime e impedir a responsabilização dos envolvidos.

15 de setembro - registro do desaparecimento

Sem notícias desde o dia 11, familiares procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência. A ausência de qualquer justificativa para um afastamento voluntário levantou suspeitas imediatas.

Segunda quinzena de setembro -  investigação do crime

Diante de indícios incompatíveis com um simples desaparecimento, a polícia instaurou o inquérito para investigar um possível crime. A partir daí, depoimentos, laudos periciais e diligências em campo passaram a ser analisados, permitindo estabelecer uma cronologia precisa dos fatos. As versões apresentadas pelos investigados entraram em contradição e foram sendo desmontadas à medida que as provas técnicas avançavam.

Mesmo sem a localização do corpo, o conjunto probatório foi considerado robusto pela polícia. A tentativa de destruição de vestígios não impediu a comprovação do homicídio nem das ações posteriores voltadas à ocultação do cadáver. 

Com a conclusão do inquérito, dois homens - entre eles o ex-companheiro da vítima - tiveram a prisão preventiva decretada e foram indiciados por feminicídio e ocultação de cadáver. O caso foi encaminhado ao Poder Judiciário.

“Mesmo diante da tentativa deliberada de destruição de vestígios, as provas técnicas reunidas demonstram de forma inequívoca a ocorrência do homicídio e as ações posteriores voltadas à ocultação do cadáver”, diz o delegado André Carneiro.