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Millena Marques
Da Redação
redaç[email protected]
A polêmica envolvendo o antigo juiz da Irmandade Devoção do Senhor do Bonfim, Jorge Nunes Contreiras, e o reitor da Basílica do Bonfim, padre Edson Menezes, não ofereceu ameaças à realização da Lavagem do Bonfim em 2024 – tradicionalmente realizada na segunda quinta-feira após a festa do Dia dos Santos Reis, celebrada em 6 de janeiro de cada ano. A informação foi confirmada pela assessoria da Devoção.
A segunda maior manifestação popular do estado, atrás somente do Carnaval, foi um dos fatores que influenciaram a série de desavenças entre a diretoria da irmandade e o pároco. Isso porque, em janeiro de 2023, o então juiz Jorge Contreiras, que havia tomado posse neste mesmo mês, tentou interferir na programação da festividade e exigiu que o padre Edson fosse registrado como empregado, com registro de uma remuneração de quatro salários mínimos na carteira de trabalho.
À época, o padre Edson conversou com o CORREIO, por telefone, e disse que o juiz não estava em nível hierárquico acima dele – papel ocupado pelo arcebispo de Salvador, Dom Sérgio Cardeal da Rocha – e que "padre não tem carteira assinada".
Esse foi o começo de uma série de desavenças que mobilizaram, inclusive, membros da irmandade se manifestarem em apoio ao reitor da basílica. O antigo juiz da irmandade também defendeu a proibição do acesso aos valores das coletas feitas pela igreja durante as missas das sextas-feiras e cofres laterais, além de impedir a promoção do comércio de água benta e outros itens no interior basílica por parte do pe. Edson.
O recolhimento das taxas de serviços como casamentos e batizados era outro recurso financeiro que ficaria sob responsabilidade da irmandade. Outra medida era o fechamento da loja do Projeto Bom Samaritano – iniciativa social criada pelo padre que atende a famílias carentes.
As determinações de Contreiras não foram aceitar pelo reitor da basílica, o que intensificou o conflito envolvendo uma das tradicionais igrejas do estado. Em agosto deste ano, a Arquidiocese de Salvador tentou mediar uma conciliação entre ambas as partes, no entanto, o pároco foi afastado da capelania da Devoção. Contreiras também foi afastado do cargo, por determinação do cardeal Dom Sérgio da Rocha. À época, o padre José Abel Carvalho Pinheiro foi nomeado como interventor na Devoção.
Até o momento, não há detalhes sobre a programação da Lavagem do Bonfim do ano que vem. Procurada, a assessoria de comunicação da irmandade informou que não há detalhes sobre a realização do evento.
Fernando José Máximo Moreira tomou posse como novo juiz da Devoção do Nosso Senhor do Bonfim neste domingo (19), nos ritos finais da missa em honra à Nossa Senhora da Guia, na Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim. A cerimônia de posse aconteceu após uma polêmica envolvendo o reitor da basílica, padre Edson Menezes, e o antigo juiz da irmandade, Jorge Nunes Contreiras.
No dia 28 de outubro, Fernando Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros da instituição. Na celebração de ontem, o novo juiz e os companheiros de diretoria receberam a opa que caracteriza as determinadas funções de atuação na mantenedora da Basílica Santuário. Opa é o termo utilizado para as vestes litúrgicas dos membros.
Além de Fernando Moreira, uma nova diretoria da Devoção foi apresentada na cerimônia para o período 2023/2025. Os cargos serão exercidos nos seguintes setores: Mesa Administrativa do Conselho Econômico e Fiscal, Corpo de Dignitários, Comissão de Sindicância, Conselho da Ordem do Mérito, Diretoria do Centro Comunitário do Senhor do Bonfim e Chefe do Cerimonial.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro