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Entenda as mudanças no financiamento de imóveis pela Caixa

Mudanças começam a valer a partir de 1º de novembro em todo o país

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 05:00

Condomínio Reserva das Plantas fica no Horto Bela Vista, em Salvador
Consumidor físico e jurídico terá que pagar entradas mais altas Crédito: Reprodução

Quem pretende financiar um imóvel pela Caixa Econômica Federal terá que pagar um valor de entrada mais alto a partir de 1º de novembro. O banco vai reduzir o teto do financimento de 80% para 70%, no modelo SAC, e de 70% para 50%, no modelo Price, limitou o crédito a imóveis de até R$ 1,5 milhão e apenas para clientes que não possuam outro financiamento habitacional ativo com a instituição. A medida não vale para o programa Minha Casa, Minha Vida. O setor imobiliário viu a decisão com preocupação.

Faz cerca de um ano que a assistente de coordenação pedagógica Taís Rocha, 31 anos, está buscando um imóvel em Salvador. Ela está em um relacionamento há três anos e o casal vai usar a poupança para pagar parte da entrada e parcelar o restante. O anúncio das mudanças deixou Taís apreensiva.

"Quando conversei com o corretor, fizemos as contas e estava tudo certo. Agora, com essa mudança, eu já não sei. Vou refazer as contas para ver se ainda cabe no orçamento", explicou Taís.

Ela criticou a medida e disse que estava avaliando outros imóveis antes de fechar o negócio, mas que agora está cogitando correr e dá início ao financiamento antes que outubro termine, porque as mudanças anunciadas pelo banco só começam a valer a partir de 1º de novembro. Os processos iniciados antes desse prazo não serão afetados.

Em nota, a Caixa informou que, entre janeiro e setembro de 2024, concedeu R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, 28,6% a mais em relação ao mesmo período de 2023, e afirmou que as medidas foram adotadas para frear a procura pelo crédito imobiliário e a retirada em massa de recursos das poupanças.

"A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões, com mais de 7 milhões de contratos ativos. O banco segue como o maior financiador da casa própria no país, com 68% do mercado", diz a nota.

A Caixa informou que já realizou 627 mil financiamentos de imóveis e que cerca de 2,5 milhões de brasileiros foram beneficiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A administradora e educadora financeira Liz Midlej explica que existem duas fontes de recursos principais de crédito da Caixa, de onde ela pega o dinheiro para emprestar, o FGTS ou a Poupança.

"A mudança está acontecendo com o recurso que a Caixa pega da Poupança, o SBPE, e não se aplica aos financiamentos cujos recursos vêm do FGTS e do programa Minha Casa, Minha Vida e para os imóveis de leilão. Vale para imóveis novos, usados, comerciais, construção individual e lote urbanizado", explica

A orientação é buscar fontes de financiamento mais acessíveis em outros bancos ou na própria Caixa Econômica, desde que seja através de outra linha de crédito, como as que utilizam o FGTS ou através de programa habitacionais. A educadora frisou que a medida afeta o consumidor, profissionais do mercado imobiliário, construtoras e incorporadoras e pode causar uma leve retração no mercado imobiliário.

Impactos

Para o corretor Rafael Silva, 43, as mudanças terão impacto maior para quem procura por imóveis usados. "Quando o imóvel é novo as construtoras criam facilidades, como o parcelamento da entrada, mas para imóveis usados o pagamento da entrada precisa ser integral. Então, vai ficar mais salgado", contou.

A decisão da Caixa também desagradou o setor imobiliário. O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Cláudio Cunha, afirmou que a construção civil é uma fonte propulsora da economia e da geração de emprego do país, que essa medida pode afastar os compradores e gerar uma reação em cadeia.

"Considerando que a Caixa é responsável por 70% dos financiamentos imobiliários no país, nós vemos essa redução de valor do financiamento com preocupação, especialmente neste momento em que temos vivenciado o crescimento do número de lançamentos imobiliários", afirmou o presidente.

A Caixa informou que a alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, mantendo-se nesse caso as condições vigentes atualmente.