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Com salário atrasado, terceirizados da Embasa suspendem atividades: ‘Estamos no escuro’

Tubomills presta serviço em Salvador, Camaçari e Simões Filho

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 13:26

Paralisação de trabalhadores terceirizados da Embasa
Paralisação de trabalhadores terceirizados da Embasa Crédito: Reprodução

Os funcionários da empresa Tubomills, que presta serviço de forma terceirizada a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), estão com as atividades suspensas nas Granjas Rurais e em Pirajá desde a última segunda-feira (21). A decisão ocorre em protesto ao atraso dos salários de funcionários que trabalham em Salvador, Camaçari e Simões Filho.

Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), Luís Cláudio Belon, o acordo entre a Tubomills e os funcionários é de que 40% do pagamento seja feito no dia 20 de cada mês. Neste mês, o pagamento deveria ter sido feito na última sexta-feira (19), uma vez que a data oficial caiu no sábado. A empresa, no entanto, não realizou o pagamento e sequer apresentou justificativas para o atraso, segundo os trabalhadores.

“A empresa chegou a prometer que o dinheiro cairia na segunda (22), não caiu. Na terça (23), também não caiu. Estamos de braços cruzados, aguardando o dinheiro cair na conta”, diz Belon. A categoria garante que o retorno aos trabalhos assim que os vencimentos forem depositados. “Até o momento, ninguém sinalizou que o dinheiro caiu na conta”, diz.

Paralisação de trabalhadores terceirizados da Embasa por Reprodução

Os trabalhadores afirmam que essa é a primeira vez que ocorre atrasos salariais. No entanto, já houve registro de atraso de ticket de refeição, vale-transporte, hora extra e até o aluguel de veículos utilizados por trabalhadores durante as atividades. Os profissionais organizam um protesto em Pirajá e em Simões Filho ainda nesta semana, caso não haja pagamento.

“A gente precisou se mobilizar para poder parar (com as atividades). Até então, estamos no escuro. Não dão uma justificativa, não há uma resposta concreta sobre o atraso”, diz uma funcionária, que preferiu não se identificar por medo de represálias. Ela conta que entrou em contato com o setor de Recursos Humanos, mas não recebeu um retorno.

“O problema é que todo mundo tem seus compromissos. A gente sabe que fatura não espera. Sem uma resposta, com as contas atrasadas, a empresa precisa nos dar um parecer”, diz. O pagamento do quinto útil já é uma preocupação para os funcionários. “Todo mundo recebe o pagamento mensal. Se a empresa está atrasando agora, imagine quando chegar o quinto dia útil?”, questiona.

Os funcionários da Tubomills são responsáveis por fazer a manutenção de redes e ramais de distribuição de água, verificação de falta d’água e serviços comerciais, como atendimento ao cliente. Só em Salvador, são cerca de 250 funcionários contratados pela empresa em regime de trabalho CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Em nota, a Embasa informou que está em dia com todas as suas obrigações contratuais relativas à empresa Tubomills. “A Embasa já notificou a Tubomills e mantém contato solicitando que cumpra suas obrigações trabalhistas junto aos seus empregados, incluindo o pagamento de salários e demais encargos no prazo previsto”, diz trecho do comunicado. A reportagem não conseguiu contatar a Tubomills. O espaço segue aberto.

Histórico de irregularidades

Em janeiro deste ano, os funcionários paralisaram as atividades em protesto a irregularidades no contrato, no tratamento e segurança dos trabalhadores, que se queixam de precariedades no ambiente laboral. Na época, o Sintracom, que apoiou a mobilização, afirmou que a Tubomills teria tentado dar fim à paralisação ao chamar a polícia para reprimir o movimento. A reação teria se dado porque, segundo a entidade, a empresa infringe diversos direitos trabalhistas.

“Não fornece café da manhã, tem artífice trabalhando como prático há mais de 30 anos, não tem área de vivência e bebedouro com água fresca, não paga horas extras, não tem técnico de segurança e não tem CIPA”, disse o sindicato em nota.

Marcos César Ribeiro, então presidente do sindicato, disse que, ao ficar responsável pelo contrato dos trabalhadores com a Embasa, a Tubomills rebaixou inúmeros cargos. “Eles [os trabalhadores] foram colocados na função de comum, que é o papel de quem desempenha serviços gerais, quando eles já eram práticos. Há mais de 30 anos eles trabalham com a Embasa e agora teve essa mudança”, afirmou.