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Dormitório das baianas: porque Itapuã é o bairro onde as quituteiras mais residem

Proximidade com o mar atrai baianas, primeiro para o trabalho, depois para moradia

  • E
  • Emilly Oliveira

Publicado em 24 de novembro de 2023 às 10:00

Baiana Gracinha
Baiana Gracinha Crédito: Emilly Oliveira/ CORREIO

O bairro de Itapuã pode até ser conhecido pela pescaria, mas quem também domina o lugar são as baianas de acarajé. Segundo a Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), a maioria das 3,5 mil quituteiras de Salvador residem lá, apelidando a localidade de Dormitório das Baianas.

A maioria das baianas de Salvador atuam na praia. Segundo Rita Santos, presidente da Abam, é daí que vem a explicação para a incidência do grupo em Itapuã. “Aquela área de Itapuã sempre teve muitas baianas, principalmente das praias da li: Itapuã, Flamengo e Patamares”, aponta Rita.

Para Cristina de Jesus Santos, 48 anos, filha de Cira de Itapuã - uma das baianas mais famosas do bairro, que já faleceu, mas tem seu legado mantido pela filha - a concentração de baianas em Itapuã, vem da tradição familiar. “Uma baiana chamou a outra, todas elas ganharam dinheiro e aí viraram baianas e se fixaram aqui”, afirma ela.

A baiana Maria das Graças, mais conhecida como Gracinha, 76 anos, recorda de histórias contadas sobre vendedoras de acarajé no bairro na época da mãe de Cira do Acarajé. Lá, muitos tabuleiros passaram de geração em geração, mesmo sem haver parentesco.

“Do tempo da mãe dela [Cristina], a mãe dela vendia acarajé. Era Bazuzu, Deja, dona Senhorinha, que eram todas velhas fazendo acarajé. A metade já morreu. Eu comecei ajudando Neuza e depois Cira passou o ponto para mim e hoje estou aqui com o meu”, conta a baiana Gracinha.

Ainda segundo as baianas, em seu auge do acarajé, Itapuã recebia multidões de pessoas diariamente, atraídas pela proximidade com o mar, a música ao vivo e os petiscos de frutos do mar, além do acarajé.

Hoje, no entanto, o cenário é diferente, não há o mesmo movimento, mas as baianas afirmam persistir nas vendas por amor ao ofício. “É o contato com os meu clientes, minhas amizades, é bom dia, boa tarde, confraternizar”, afirma Gracinha.

*Com orientação de Monique Lôbo