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Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2023 às 19:01
A empresária Melina Esteves França foi acusada mais uma vez de agredir uma babá no apartamento onde mora no bairro de Stella Maris, na noite de sexta-feira (1º). Em 2021, Melina foi indiciada por ameaça, lesão corporal, cárcere privado qualificado - em relação aos maus-tratos - e redução a condição análoga à de escravo. À época, outra babá ficou ferida depois de pular da janela do apartamento para fugir da patroa. >
Dessa vez que faz a acusação é a babá Aline Rodrigues de Brito, de 28 anos. Ela saiu da cidade de Nazaré, no recôncavo do estado, para trabalhar para Melina há 16 dias, após a indicação de um comerciante que conhece a empresária. Aline não sabia do histórico de agressões da patroa. >
Segundo a babá Polícia Civil, a mulher contou que foi agredida pela patroa e teve o celular quebrado. Em nota a polícia informou que a 12ª Delegacia Territorial de Itapuã investiga a ameaça e agressões sofridas pela babá e que Melinda, que já foi investigada pela mesma prática, será intimada na unidade policial. >
À TV Bahia, Aline contou que a patroa saiu com uma das filhas e deixou as outras duas com ela em casa. Em seguida, e babá recebeu uma mensagem da patroa pedindo para que ela fosse até um bar buscar a criança.>
"Eu falei: 'Dona Melina, eu sinto muito, mas o meu trabalho é aqui dentro de casa. Cuidando das meninas dentro de casa. A senhora levou ela para o bar, a senhora traga ela que eu pego aqui no portão'".>
"Ela começou a falar que era meu trabalo, que eu tinha que ir pegar. Ela veio até em casa, me deu a menina, mandou eu levar a menina para a cama, eu botei a menina na cama e ela veio atrás de mim. Quando eu desci, ela me empurrou da escada", continuou Aline. >
Ainda de acordo com a babá, ela tentou sair da casa, mas foi impedida pela patroa. Aline então chamou a polícia. Melina saiu do prédio antes da chegada da polícia.>
"Eu nunca fui agredida por ninguém assim. Em trabalho nenhum fui tratada dessa forma", lamentou a babá. Segundo a TV Bahia, Aline iria receber um salário mínimo por mês e uma folgas a cada dias, mas Melina não quis assinar a carteira de trabalho, deixa a mulher sem direitos trabalhistas.>
Babá pulou de janela>
Raiane Ribeiro da Silva, 25 anos, trabalhava cuidando de crianças em um apartamento no Edifício Residencial Absolutto no Imbuí, em 2021, quando pulou do terceiro andar. Socorrida para o Hospital Geral do Estado, ela prestou depoimento no posto policial da unidade e disse que pulou da janela para fugir da patroa.>
Segundo a funcionária, ela foi agredida e trancada em um cômodo da casa, após ter seu celular tomado pela patroa. Tudo teria começado quando ela avisou que queria deixar o emprego após uma semana de contratada.>
Acordo em 2021>
Em fevereiro deste ano, Ministério Público do Trabalho (MPT) fechou acordo judicial com Melina. Raiane Ribeiro da Silva, 25 anos, sofria agressões físicas e chegou a se jogar da janela do apartamento onde trabalhava no bairro do Imbuí, em Salvador, em 2021. >
Com isso, a ação civil pública movida pelo órgão foi arquivada e a empregadora Melina Esteves França teria que pagar R$80 mil à sociedade como indenização por danos morais coletivos. O valor seria pago em 22 parcelas mensais até dezembro de 2024, por meio de depósito em conta judicial. Em caso de atraso de qualquer parcela, seria cobrada multa de 50% do valor. >
Além da indenização, o acordo previa que Melina cumprisse uma série de obrigações por tempo indeterminado, dentre as quais a de comunicar ao MPT toda vez que contratar ou demitir um trabalhador.>
Ainda segundo o MPT divulgou na época, o acordo não interferia nas ações individuais movidas pela babá Raiana e pelas outras trabalhadoras identificadas na investigação do MPT como vítimas de maus-tratos e submissão a condição análoga à de escravos.>
O processo envolvia ainda irregularidades trabalhistas praticadas pela empregadora contra outras dez trabalhadoras domésticas. O valor inicial pedido como indenização à sociedade pelos procuradores foi de R$300 mil, mas o acordo em valor menor levou em consideração o fato de a empregadora ter quatro filhos menores e ainda estar respondendo aos processos individuais das empregadas.>