Enem dos concursos: vale a pena revisar o conteúdo nas últimas horas?

Especialistas divergem sobre o assunto e dão dicas para candidatos

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  • Larissa Almeida

Publicado em 3 de maio de 2024 às 06:15

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Revisão de conteúdo  Crédito: Prostock-studio | Shutterstoc

Às vésperas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que acontece neste domingo (5) em 220 municípios do Brasil, os estudantes tentam correr contra o tempo para se preparar. Isso tudo porque o processo seletivo, também chamado de ‘Enem dos Concursos’, oferece a oportunidade de concorrer a mais de uma vaga em órgãos federais – desde que seja do mesmo bloco temático – com uma prova única para todos os cargos. Contudo, a velha tática de revisar o conteúdo nos momentos finais causa divergência entre professores, que reconhecem a importância do descanso da mente antes de realizar o exame.

Para o professor de Redação Alex Maia, a estratégia não é adequada. “Pelo contrário, traz ansiedade e só atrapalha. Nas últimas horas o recomendado é descanso, boa alimentação e boa noite de sono. O candidato que antes se preparou terá maiores chances na aprovação”, defende.

Outros especialistas acreditam que é possível revisar somente o básico e os tópicos mais importantes. Esse é o caso de Naíce Oliveira, diretora pedagógica da rede Os Aprovados, que aconselha que a revisão final seja a mais tranquila possível. “A revisão deve ser feita, porém de uma maneira mais tranquila, visto que a pressão que antecede o certame já traz uma carga muito grande para o candidato. Por isso, deve ser feita uma revisão com mapas mentais ou breves esquemas dos conteúdos que menos domina”, diz.

Embora reconheça os mapas mentais como recurso de fixação, o professor de Matemática Jussilvio Pena alerta que não adianta focar neles se não houve estudo prévio dos conteúdos que lá estão resumidos. Por isso, sua dica é investir na resolução de questões nas horas que antecedem a prova. “Vale a pena resolver questões nas últimas pessoas. As pessoas que fizeram simulado durante a semana agora estão pegando as questões que erraram e buscando onde foi que erraram para corrigir. Então, para as pessoas que compraram a apostila agora para estudar não adianta muito, não”, reitera.

Por sua vez, a psicóloga Rafaela Trinchão destaca que o uso dos mapas mentais pode ser uma estratégia interessante para atenuar a insegurança que porventura possa surgir no candidato. Mas, assim como o professor Alex Maia, diz que horas antes da prova a revisão, seja por mapa ou outro recurso, poderá ser mais prejudicial do que uma contribuição.

“[Isso ocorre] devido a quantidade de conteúdos a serem revisados em um curto período de tempo, que poderá gerar a impressão que aquilo não foi absorvido corretamente e ocasionar frustração, ao contrário de sentir-se relaxado e sabendo que o conteúdo do estudo foi absorvido da maneira mais proveitosa possível. No entanto, vale ressaltar que não se aplica a todas as pessoas, pois cada um funciona e estuda de maneira diferente”, finaliza.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro