‘Eram tudo para mim’: diz sobrevivente de acidente que perdeu pais e irmã

A estudante de Direito Maysa Grassi é uma das oito pessoas que sobreviveram ao acidente que provocou a morte de 24 pessoas na BR-324, na noite de domingo (8). A jovem estava com os pais Edmilson Alencar dos Santos, 48, Amarilis Lima Graça Santos, 44, e a irmã, Sabrina Grassi Alencar Santos, 17. Todos os parentes morreram na tragédia. Na terça-feira (8), ela lamentou a morte dos familiares.

“Amarei vocês para sempre, vai com Deus meu pai amado, minha mãe querida e minha mãe adorada, vocês eram tudo para mim”, publicou em seu perfil no Instagram. Maysa também repostou publicações de homenagens de amigos. Ela e a irmã praticavam vaquejada juntas e compartilham registros nas redes sociais.

O micro-ônibus envolvido no acidente transportava diversas famílias que voltavam de um passeio em Guarajuba, no Litoral Norte. Gabriela Ferreira dos Santos, de 35 anos, e Tiago Manoel dos Santos, 40, eram casados desde dezembro de 2019 e também morreram na colisão.

O filho do casal, Wolyver Manoel Araújo dos Santos, de apenas 14 anos, está entre as vítimas fatais. Stefanny Vitória Araújo da Silva, 19 anos, estava grávida de três meses e era filha de Gabriela. O namorado dela, João Victor Maia, também morreu.

A imagem de uma mãe em uma maca de hospital velando o corpo da filha de 14 anos aumentou a comoção em torno do caso, nesta terça-feira (9). Flávia Carneiro, de 34 anos, sobreviveu ao acidente e acompanhou o velório da filha, Isabela Santos de Almeida, de 14 anos, deitada e com a cabeça enfaixada. A mãe de Flávia também está entre as vítimas.

O velório aconteceu no Bar da Tripa, que é da família. Corpos das vítimas da tragédia foram velados em diversos pontos da cidade durante a noite de segunda-feira (8) e a manhã de hoje (9). O maior deles, com 11 mortos, foi realizado no ginásio municipal da cidade.

A técnica de enfermagem Queila Lima, 40, foi uma das centenas de pessoas que participaram do velório coletivo. Entre as vítimas fatais estava a amiga Ana Paula Gonçalves Cerqueira. Ambas frequentavam uma igreja evangélica em Jacobina. Ana Paula era concursada da Secretaria Municipal de Saúde há mais de dez anos.

“Era uma pessoa maravilhosa. Comprometida com o trabalho e com a família, além de ser atuante no bairro onde morava, Jacobina 2”, lamentou. Ana Paula deixa uma filha.