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Moyses Suzart
Publicado em 28 de outubro de 2025 às 05:00
O solo do Centro de Convenções de Salvador será um palco fértil para um dos mais importantes encontros da mineração mundial. A Exposibram 2025, promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), reúne executivos, especialistas, investidores e representantes do poder público em torno de um tema central: os investimentos e as novas fronteiras minerais do Nordeste. A proposta é discutir o papel da região na transição energética e no desenvolvimento sustentável do setor. E a Bahia é um pólo crucial para o setor. >
O primeiro dia foi marcado por painéis e talk shows que antecederam a solenidade de abertura. O público acompanhou os debates sobre A Nova Fronteira Mineral do Nordeste do Brasil. No palco, nomes de peso da indústria e da política analisaram as potencialidades da região, que concentra jazidas estratégicas de cobre, lítio e terras raras, elementos-chave na corrida global por tecnologias limpas. >
Com auditório lotado de representantes de todo país e de multinacionais, a palestra de abertura foi conduzida por Ana Sanches, presidente da Anglo American Brasil e do Conselho Diretor do Ibram, que destacou a importância da inovação e sustentabilidade como pilares da nova mineração. “É possível, sim, fazer tudo com muita responsabilidade e sustentabilidade. A demanda existe, o mercado existe, e o nosso solo é riquíssimo. A Bahia não fica atrás. Temos uma riqueza natural e também uma riqueza em minerais críticos e estratégicos”, disse.>
A abertura ainda contou com participações de executivos como Marcelo Silvestre (Galvani/Fosnor), Rodrigo Magalhães (Mosaic), Wagner Sampaio (RHI Magnesita), Patrícia Procópio (WIMBrasil/Hexagon), Alex Trevizan (Transnordestina Logística) e Eduardo Ledsham (Bamin), o Deputado Federal Arnaldo Jardim, Silvano Andrade, CEO da Cia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), Eduardo Jorge Ledsham, Diretor-Presidente da BAMIN, entre outros. >
Para Wagner Sampaio, presidente regional América Latina da RHI Magnesita, a exploração sustentável do solo não apenas agrega valor, mas também constrói uma cadeia de oportunidades. “Lá em Brumado, onde operamos, temos mais de mil funcionários diretos que vivem com dignidade. Nem sempre a mineração acontece nas metrópoles. É no interior que isso acontece e é ali que conseguimos transformar realidades. Em Brumado, temos a mina de magnesita mais pura do mundo. Ela é lindíssima. Quanto mais puro o minério, melhor o resultado para a produção de refratários. E o que exportamos, na verdade, é valor agregado, não apenas o carbonato”, disse.>
A escolha da Bahia como sede reflete o avanço da região no mapa mineral brasileiro e a presença de projetos em expansão, especialmente voltados para minerais críticos à transição energética. Além da programação técnica, a feira de negócios atrai centenas de expositores nacionais e internacionais, oferecendo oportunidades de networking, parcerias e demonstrações de tecnologias.>
A realização em solo nordestino também reforça o papel da região na nova geografia mineral brasileira. Estados como Bahia, Piauí e Ceará despontam como pólos estratégicos para o presente e futuro a longo prazo. A ideia central é colocar o Nordeste no centro das decisões que moldarão o setor mineral global.>
“A Bahia combina quatro pontos fundamentais: uma enorme diversidade de bens minerais, um ambiente geológico único, o maior parque de energia renovável do país e uma história de sucesso construída com persistência e pesquisa”, afirmou Silvano Andrade, da Ferbasa. “O diferencial está em reunir as pessoas certas, na hora certa, com a tecnologia certa. Esse é o segredo por trás de projetos que transformaram antigas minas em novas oportunidades e abriram um corredor de desenvolvimento que cruza mais de 20 municípios”, completou.>
Como de conhecimento geral, a Bahia também tem solo fértil no aspecto cultural. A abertura ainda contou com a saudação dos Filhos de Gandhy e o ritmo da Banda Didá, que conduziu a abertura oficial com o hino brasileiro e o da Bahia.>
Nos próximos dias, a programação do congresso promete discussões intensas. Hoje, o destaque será o painel “Compromissos do Setor Mineral”, com a presença de Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, seguido da apresentação da “Agenda Vale de Ação Climática – COP 30”, com representantes da mineradora Vale. Pela manhã, haverá também a palestra “Perspectivas Econômicas e Geopolíticas para a Mineração”, com Andréa Fuga (EY Parthenon), e uma conferência especial do embaixador do Canadá no Brasil sobre o papel do país nas políticas internacionais de mineração sustentável. >
À tarde, os debates se espalham pelos palcos simultâneos do Centro de Convenções. Entre os destaques, o painel “Diversidade e Inclusão: o custo da exclusão” traz reflexões sobre a presença feminina e a equidade no setor mineral. Já “Zero Carbon Mining: resultados alcançados e próximos passos” discute os avanços tecnológicos para reduzir a pegada de carbono na mineração. Outro ponto de interesse será o painel “Potencializando a circularidade do setor mineral: de resíduos a insumos”, que apresenta soluções para o reaproveitamento de rejeitos e subprodutos industriais.>
Até quinta-feira (30), a EXPOSIBRAM vai reunir uma ampla programação de painéis científicos, fóruns técnicos e atividades de integração entre empresas e universidades. O evento também funcionará como vitrine para startups e iniciativas de pesquisa voltadas para sustentabilidade, automação e inteligência artificial aplicadas à mineração.>
Primeiro dia da A Exposibram 2025
Hoje>
9h - Palestra: Compromissos do Setor Mineral >
Raul Jungmann – Diretor-Presidente do IBRAM>
9h10 - Palestra II – Agenda Vale de Ação Climática – COP 30>
Gustavo Pimenta – Presidente da Vale>
10h - Palestra III – Perspectivas Econômicas e Geopolíticas para a Mineração>
Andréa Fuga – Sócia EY Parthenon>
10h40 - A visão do Canadá sobre Perspectivas Econômicas e Geopolíticas para a Mineração >
Emmanuel Kamarianakis – Embaixador do Canadá no Brasil>
10:50 - Talk Show II – Perspectivas Econômicas e Geopolíticas para a Mineração>
A partir das 14h>
Painel 1 – Diversidade e Inclusão – O custo da exclusão: criando valor através da diversidade>
Painel 2 – Zero Carbon Mining: Resultados Alcançados e Próximos Passos para descarbonização do Setor Mineral>
Painel 3 – Diálogo com Comunidades e Lideranças locais>
Painel 4 – Cenário Político Brasileiro>
Painel 5 – Minerais Críticos e Estratégicos e o Downstream da Cadeia Produtiva>
Painel 6 – O poder dos números: medindo e ampliando a representatividade feminina no setor mineral>
Painel 7 – Oferta de Energia para Mineração e Eficiência Energética>
Painel 8 – A jornada da inovação para mineradoras de médio porte: caminhos e possibilidades>
Painel 9 – Regulatório da Mineração e Interseção com Agências>
Painel 10 – Fertilizantes para a agricultura>
Amanhã>
A partir das 9h>
Painel 11 – Panorama dos Principais Riscos de Negócio da Mineração>
10h - Gestão de Riscos e Segurança de Processos no Setor Mineral: Novas Abordagens e Diretrizes>
10h30 - Talk Show III – Gestão de Riscos e Segurança de Processos no Setor Mineral: Novas Abordagens e Diretrizes>
A partir das 14h>
Painel 12 – Ferramentas e estratégias para fortalecer a capacidade municipal na prevenção e resposta a desastres: PROX e Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil>
Painel 13 – Potencial Brasileiro para Minerais Críticos e Estratégicos>
Painel 14 – Desenvolvimento e capacitação em ESG na cadeia produtiva do setor mineral>
Painel 15 – Saúde Mental: iniciativas na mineração para promover o bem-estar psicológico e emocional dos trabalhadores>
Painel 16 – Decisão de investimento como ativo mineral>
Painel 17 – Consolidação dos Padrões Globais de Mineração>
Painel 18 – Mineração Sustentável e Inclusiva – Caminho para o Desenvolvimento>
Painel 19 – Ética nos Negócios e Compliance>
Painel 20 – Progresso Social nos Municípios Mineradores>
Painel 21 – Geologia Econômica e Pesquisa Mineral>
Painel 17 continuação – Taxonomia Sustentável Brasileira>
17h15 - Encerramento do Dia: “Tomar medidas urgentes para deter e reverter a perda de natureza é vital para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e atingir as metas globais de descarbonização.”>