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Guarda municipal foi executado após ir a padaria e ser reconhecido por traficantes do BDM

George Santos Viana, de 41 anos, foi surpreendido por criminosos

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 8 de maio de 2025 às 12:56

George foi morto nas imediações da BA-099, perto de onde morava Crédito: Reprodução

O guarda municipal George Santos Viana, 41 anos, que foi executado por criminosos em Catu de Abrantes, morreu realizando uma atividade comum da sua rotina. A vítima saiu de casa para comprar pão na região onde morava há pelo menos cinco anos, mas virou alvo de diversos disparos de traficantes do Bonde do Maluco (BDM), facção que atua na área. Os bandidos teriam reconhecido George e atirado contra ele pela função que ele exercia há mais de 15 anos na Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador.

A informação é confirmada por uma fonte policial ouvida pela reportagem. “Ele morava em um condomínio fechado às margens da BA-099, em Catu de Abrantes, mas ele cruzava a estrada para ir comprar pão no comércio dali. Aquela área, no entanto, tem o tráfico controlado pelo BDM. A principal linha de investigação é que ele tenha sido reconhecido pelos criminosos e morto pelo cargo de agente de segurança pública, considerando a violência empregada”, explica a fonte, sem se identificar.

Os detalhes da atuação do BDM na área corroboram com o histórico de crimes registrados na região. Foi em Catu de Abrantes que o percussionista Renato Santos Evangelista Sobrinho foi executado em novembro de 2021. A investigação do caso apontou que os executores da vítima eram integrantes da facção que, na área, é comandada por Fábio Souza dos Santos, que é mais conhecido como Geleia e está foragido da polícia desde que fugiu da prisão em outubro de 2023.

Geleia seria líder do BDM em Catu de Abrantes Crédito: Reprodução

Não há informações concretas sobre a possibilidade de mando de Geleia na morte de George. O criminoso, de acordo com policiais, estaria fora do país, mas ainda é o chefe do BDM no bairro onde o crime ocorreu. O que se tem, segundo a fonte policial ouvida pela reportagem, são indícios ‘fortes’ de que o crime foi premeditado. “É muito provável que tenham identificado a rotina da vítima e sabiam que ele ia no local de maneira recorrente, o que deu a possibilidade dos criminosos atacarem”, completa.

Luto na GCM

O corpo de George foi sepultado na manhã desta quinta-feira (8) no Cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. O local foi lotado tanto por familiares da vítima como colegas e amigos que ele fez no trabalho. George fez parte da primeira turma da GCM há 17 anos e era instrutor de armamento e tiro na Guarda, o que o colocou como professor de muitos dos profissionais formados.

Supervisor e amigo da vítima, Anderson Nascimento é categórico ao destacar o profissional e o amigo que tinha em George. “Era um funcionário, um servidor excepcional, um homem visionário, sempre disposto a ajudar qualquer um do grupo. George se tornou instrutor de armamento e tiro e auxiliava não só a guarda daqui como a dos interiores aqui da Bahia na sua formação. [...] Falando como amigo e irmão, ele vai deixar um buraco nas vidas de nós, da família e todos que o conheciam”, diz.

George era instrutor de armamento e tiros na GCM Crédito: Reprodução

A família de George, muito abalada, não conversou com a reportagem. No local, além de entes queridos, era muito comum ver agentes da GCM com lágrimas nos olhos durante o velório da vítima. Inspetor Geral, Marcelo Silva afirmou que há uma consternação total entre os guardas. “Um momento difícil, triste para a instituição como um todo. Tem colegas aqui de guarda do interior representando seus efetivos para que o seu legado não seja esquecido”, afirmou Silva.

O caso foi registrado pela 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, que investiga o assassinato e busca os responsáveis, de acordo com a Polícia Civil.