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Ilê Aiyê escolhe novas músicas para integrar repertório de Carnaval no 50° Festival de Música Negra

Neste ano, carnaval do bloco terá como tema "Kenya: Berço da Humanidade"

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 22:53

As canções mais votadas nas categorias Tema e Poesia foram selecionadas para fazer parte do repertório do Ilê  Crédito: Fafá Araújo/Estúdio Casa de Mainha

Casa do Ilê Aiyê, a Senzala do Barro Preto, no Curuzu, pode ser considerada também um centro de talentos. É lá que são apresentadas, há 50 anos, diversas músicas que embalam o carnaval do bloco, levando protesto, resistência e orgulho negro para as ruas da Liberdade até o Campo Grande. Neste domingo (26), mais uma demonstração de potência cultural foi vista no Festival de Música Negra. Através do concurso promovido pelo evento, as canções mais bem votadas na categoria Tema e Poesia foram escolhidas para integrar o repertório do Ilê já neste ano.

As canções vencedoras da categoria Tema foram Harambee Ilê em 1º lugar, O Nome da Fera em 2º lugar e Ilê Kenya Awetu Weusi em 3º lugar. Já na categoria Poesia, os prêmios foram atribuídos às canções Bamburucema em 1º lugar, O Mundo Negro é o Meu Lugar em 2º lugar e Ilê nas Águas de Oxum em 3º lugar.

Para os vencedores na categoria Poesia, Rossellini Leite e Juninho Magaiver, a trajetória de trabalho foi recompensada com o troféu. "A gente já vem construindo essa música desde o Rio de Janeiro, desde agosto lá no Rio de Janeiro. Eu sou carioca, ele é aqui de Salvador, mas ele já é multicampeão, já ganhou mais de dez títulos e a gente está sendo tetra hoje, tetra campeões", contou Rossellini Leite, uma das compositoras da música. Sobre a importância do prêmio, ela ressaltou: "É representar esse globo que é muito importante na vida do povo. O povo preto, muito importante, é uma responsabilidade imensa, mas nós estamos aqui pra isso, pra lutar pelo povo preto, com a nossa música", finalizou.

Nesta edição, que celebra os 50 anos do evento, mais de 150 músicas foram inscritas, sendo 18 levadas à final. Os candidatos precisaram levar em conta o tema do bloco neste ano, que é "Kenya: Berço da Humanidade". Para entender a abrangência do assunto, o Ilê disponibilizou uma publicação com pesquisas e reflexões de membros da entidade sobre a seleção do tema.

Os compositores das canções vencedoras também foram premiados com dinheiro. Na categoria Tema foram pagos, respectivamente, R$ 7,7 mil, R$ 7.150,00 e R$ 6,6 mil. Os ganhadores no grupo Poesia receberam R$ 7.150,00, R$ 6,6 mil e R$ 6 mil. Todos os 17 finalistas receberam o Troféu Pássaro Preto e duas fantasias do Ilê Aiyê para desfilar no bloco no próximo Carnaval.

Antes da escolha da escolha dos vencedores, houve espaço para muita música. Ao lado da Band'aiyê, todos os finalistas apresentaram as canções concorrentes para o público. A noite de festa ainda contou com apresentação musical da banda Filhos de Jorge, que apresentou um repertório recheado de sucessos, como a música 'Ziriguidum' e 'Vai Que Cola'.

Quem apreciou tudo, negando-se a opinar, foi Antônio Carlos Vovô, presidente do Ilê Aiyê, que declarou orgulho do evento. "O nosso discurso sempre foi através da música. Começamos com o festival em 1975 e, no ano seguinte, começamos a fazer música-tema e música-poesia, que contam sobre a luta de grandes revoluções africanas, mas também sobre personalidades negras e sobre o estado brasileiro", disse.

"Então, o concurso é para reunir essa potência, que já inspirou outros blocos e festivais. Valorizamos muito a história dos nossos compositores e seguimos fazendo essa revolução através da música", ressaltou Vovô.

Neste ano, o bloco do Mais Belo dos Belos sairá em três dias de Carnaval. No sábado, haverá a tradicional saída do Curuzu até o Plano Inclinado da Liberdade. Na segunda e na terça-feira de Carnaval, o Ilê desfilará a beleza negra no Circuito Osmar, com saída no Campo Grande.