Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
SALVADOR
Ambulantes contam que o monumento é um ponto de referência para os clientes
Gilberto Barbosa
Publicado em 1 de maio de 2024 às 06:45
Na rotina agitada da Avenida Sete de Setembro, em Salvador, uma estrutura metálica se destaca em meio à multidão: o Relógio de São Pedro, que foi entregue após restauração na última terça-feira (30). Localizado no antigo local da Igreja de São Pedro, demolida para o alargamento da avenida, a estrutura é parte do processo de modernização do centro histórico da capital.
“O relógio de São Pedro é um marco da expansão daquela região e da urbanização da cidade que viveu um grande impulso há cerca de 110 anos atrás com a ativação da área comercial da Avenida 7. A representação simbólica de um aparelho de medição do tempo que vem do coração da revolução industrial da Europa para cá é um marco da urbanização da cidade do Salvador”, conta o professor de história Ricardo Carvalho.
A restauração foi feita pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), vinculada à prefeitura de Salvador. Inaugurado em 1916, o relógio de São Pedro se tornou um ponto de referência na região. Vendedores ambulantes contam que o monumento facilita a localização das barracas por quem passa na Avenida Sete.
“O Relógio São Pedro é um símbolo histórico para a cidade de Salvador e funciona como um ponto de referência para os meus clientes. Eu digo que estou no Relógio São Pedro e eles me encontram com facilidade”, afirmou o vendedor ambulante Francisco da Hora, 65 anos.
“É um ponto de referência para a gente, mas também para quem quer pedir um carro por aplicativo ou como ponto de encontro”, reforçou a comerciante Patrícia Bento, 40.
A restauração passou por diversas etapas, como limpeza e recomposição do rejuntamento, envernizamento protetivo e restauro do gradil que cerca o monumento. O mecanismo do equipamento também foi automatizado, visando garantir a precisão e funcionalidade contínua ao longo do tempo.
O relógio de São Pedro foi encomendado pelo administrador Joaquim José Seabra, popularmente conhecido como J.J. Seabra, e fabricado na França por Henri Le Pante e instalado sobre uma escultura pelo italiano Pasquale De Chirico. Um marco da modernização de Salvador no início do século XX, a estrutura acompanhou às diversas transformações da capital baiana ao longo dos seus 118 anos.
“A região do relógio de São Pedro passou por muitos momentos diferentes da cidade, desde a crise daquela região ali durante um fluxo e refluxo de outras áreas de urbanização da cidade até a adaptação de uma região que representou um certo comércio de alto padrão para o que é hoje um comércio popular, intenso e ativo”, completou Ricardo.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela