Insegurança alimentar e fome são a mesma coisa? Entenda

São 844 mil pessoas vivendo com insegurança alimentar grave na Bahia

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  • Maysa Polcri

Publicado em 26 de abril de 2024 às 06:45

Quase metade (42%) dos baianos enfrentam algum grau de insegurança alimentar
Quase metade (42%) dos baianos enfrentam algum grau de insegurança alimentar Crédito: Marina Silva/CORREIO

Quase metade (42%) dos baianos enfrentam algum grau de insegurança alimentar, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 6,3 milhões de pessoas nessa situação, o segundo pior índice do país. Mas, afinal, o que significa insegurança alimentar e quais são os riscos para a saúde?

Insegurança alimentar e fome não são sinônimos. Na verdade, a primeira condição está relacionada ao acesso regular ou não a alimentos suficientes para atender as necessidades diárias de nutrição. Ela é classificada em três tipos.

A insegurança alimentar é caracterizada como leve quando há incerteza quanto à regularidade das refeições, e moderada quando há efetiva redução da quantidade de comida. Já a insegurança grave ocorre quando as pessoas sentem fome.

O acesso precário à alimentação causa danos para a saúde, como explica a nutricionista Carolina Dias. “Quando as pessoas não têm uma alimentação adequada, podem enfrentar deficiências nutricionais como falta de vitaminas e minerais essenciais. Isso pode levar a problemas de saúde como enfraquecimento do sistema imunológico, anemia, desnutrição e até mesmo problemas de desenvolvimento em crianças”, explica.

As crianças, idosos e pessoas com comorbidades são as que correm mais risco. “Em casos muito extremos, a insegurança alimentar pode levar à morte. Quando uma pessoa não recebe os nutrientes necessários por um longo período de tempo, seu corpo fica debilitado e incapaz de combater doenças e infecções. Além disso, a falta de alimentos pode levar a desnutrição grave, que pode ser fatal se não tratada”, revela a especialista.

O número de domicílios com insegurança alimentar grave, onde pode ter havido fome, chegou a 339 mil no estado - o que representa 6,1% do total. São 844 mil pessoas vivendo nessa condição, 143 mil a menos do que em 2018. Os dados fazem parte do módulo de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).