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Juliano Moreira ganha selo especial nos Correios

Psiquiatra negro que revolucionou o tratamento de doenças mentais

  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2023 às 10:02

Selo comemorativo a Juliano Moreira
Selo comemorativo a Juliano Moreira Crédito: Divulgação/Correios

Os Correios lançaram, nesta segunda-feira (27), a Emissão Postal Especial Juliano Moreira. O médico deixou um legado no tratamento de pessoas com doenças mentais, tendo desempenhado papel fundamental na humanização da terapia psiquiátrica no país. A cerimônia de lançamento da emissão foi realizada em Salvador, no Hospital Juliano Moreira.

O selo reúne alguns elementos dos feitos de Juliano, que, como um todo, falam sobre um ser humano grandioso na história da psiquiatria brasileira e mundial. A figura dele como elemento central abriga a Colônia Juliano Moreira, inauguração realizada pelo médico e que introduzia a atividade agrícola como carro-chefe das diretrizes terapêuticas.

Selo comemorativo a Juliano Moreira
Selo comemorativo a Juliano Moreira Crédito: Divulgação/Correios

Na imagem, a artista Jamaira Pacheco traz a aura de humanização no entorno da figura que ilumina o cárcere, representando a luz que o médico trouxe sobre o modo de tratar os pacientes com transtornos mentais. A flor representa a saúde mental e a semente que deixou como legado para a psiquiatria. Foram utilizadas técnicas de caneta nanquim sobre papel, e arte final com técnica de gravura sobre papel engessado.

A tarifa de cada selo é R$2,45 referente ao 1º Porte da Carta, totalizando R$39,20 o valor da folha. A emissão tem tiragem de 160 mil selos. As peças já estão disponíveis nas principais agências de todo o país e, também, na loja virtual dos Correios.

Quem foi Juliano Moreira?

Nascido em berço humilde, em 1872, Juliano contou com o apoio do Barão de Itapuã, casa de quem a mãe do menino trabalhava, para custear estudos e ingressar, aos 14 anos, na Faculdade de Medicina da Bahia. Formado, o psiquiatra viajou o mundo, tendo realizado cursos e estágios sobre doenças mentais na Alemanha, França, Inglaterra, Escócia, Bélgica, Holanda, Itália e Suíça, o que possibilitou ter contato com os principais profissionais e teorias de seu tempo.

O médico brasileiro lutou contra o pensamento racista que acusava a miscigenação pelos distúrbios psicológicos e pela criminalidade. Além de refutar a teoria, Moreira defendeu que os inimigos a serem combatidos na luta contra as degenerações nervosas e mentais seriam o alcoolismo, a sífilis, as verminoses, as condições sanitárias e educacionais adversas.

No início do século XX, enquanto diretor sanitário do Hospital Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro, redigiu uma lei que humanizou o tratamento: eliminou o aprisionamento de pacientes, alterou o ambiente hospitalar, tornando-o mais agradável e parecido com um lar e criou laboratórios e oficinas de trabalho. Além disso, os familiares também passaram a ser incluídos na assistência.

Juliano Moreira teve grande atuação nos meios científicos internacionais, tendo recebido dezenas de homenagens e prêmios. Integrou, inclusive, o seleto grupo que recepcionou Albert Einstein e Marie Curie em suas visitas ao Brasil, em 1925 e 1926, respectivamente.

Casou-se com a enfermeira alemã Augusta Peick, que conheceu no Cairo, onde esteve para tratar de tuberculose. Faleceu em 1933, da mesma doença, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.