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Wendel de Novais
Publicado em 15 de abril de 2025 às 13:05
Dono do carro usado para levar a pastora Sara Freitas até o local em que ela foi morta, Hugo Ricardo Cora foi testemunha de acusação nesta terça (15), no julgamento de Gideão Duarte Lima, acusado de dirigir o veículo e levar Sara para a emboscada. Conhecido como Apóstolo Hugo, ele contou durante a investigação que não gostava de ceder o carro, mas emprestou o veículo para seu vizinho, Gideão, após muita insistência. >
Ele relembrou quando o vizinho pediu para usar seu veículo. “Gideão chegou para mim e pediu o carro emprestado. Pediu pelo amor de Deus porque o carro dele tinha dado problema. Falou que demoraria apenas 20 minutos e eu acabei emprestando. Saiu da minha casa por volta das 20h com o carro”, contou. >
Apóstolo Hugo relatou que inicialmente negou o pedido, justamente porque não gosta de emprestar seu carro. Mas Gideão insistiu. “Quando eu neguei primeiro, houve uma insistência dele que tinha uma passageiro para levar e precisava do veículo. Apesar de dizer que eram 20 minutos, ele saiu 20h, mas voltou para depois da meia noite, quase às 1h da manhã”, relembrou.>
Na época, ele diz que questionou a esposa de Gideão, que contou que ele tinha ido buscar um celular. Ao voltar, o vizinho não deu satisfação pelo atraso. “Mesmo com a demora, ele não disse nada, não me deu uma explicação. Apenas me entregou o carro e subiu. Só fui tomar conhecimento do meu carro nessa situação na segunda-feira, quase uma semana depois”, explicou a testemunha. >
Quando a morte de Sara Freitas tomou conta do noticiário, Apóstolo Hugo percebeu que seu carro aparecia nas imagens. “Eu me apresentei quando soube do desaparecimento e da morte de Sara Freitas, e visualizar o meu carro na reportagem. Após isso, fui para a delegacia para me apresentar e entregar o meu veículo”, explicou. >
Hugo ajudou a investigação a identificar o motorista. “Depois que eu fui para a polícia, me perguntaram se eu conhecia quem estava dirigindo na imagem do carro. Eu disse que sim, que ele era meu vizinho e levei eles onde Gideão morava. Porém, ele não estava lá no momento”. >
Outra testemunha>
Antes do Apóstolo Hugo, outra testemunha de acusação foi ouvida. O pastor evangélico André Santos, da Igreja Batista de Dias D'Ávila, contou que conhecia a pastora Sara e que ela cantou em sua igreja pelo menos três vezes. Ele soube do desaparecimento de Sara pela imprensa. >
Na data em que Sara sumiu, o pastor não tinha conhecimento de nenhum compromisso dela na cidade. Além disso, segundo ele, a terça-feira não é um dia onde há culto nas igrejas da cidade, diferente do que alegou Ederlan para a vítima quando a enviou com Gideão de carro.>
O pastor também foi questionado pela defesa se era normal que bispos pedissem que fossem buscar pastores ou cantores para eventos, e se esse pedido levantaria suspeita. Ele afirmou que isso era comum e um pedido do tipo não seria recebido com suspeita. Gideão alega que foi buscar Sara a pedido do bispo Zadoque, sem saber do plano criminoso. >
A investigação aponta Ederlan Mariano, marido da vítima, como autor intelectual. Já os executores apontados pelo inquérito policial são Bispo Zadoque e Victor Gabriel. Os três, no entanto, ainda não vão passar porque interpuseram recurso quando a data foi estipulada e o caso foi desmembrado. Gideão é o primeiro a ser julgado por não ter recorrido. >