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Justiça dá prazo de 90 dias para que colégio de Feira de Santana faça a demolição de passarelas

Colégio Helyos diz que determinação fere decisão anterior da Justiça e afirma que vai recorrer

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 6 de junho de 2025 às 18:27

A passarela do Colégio Helyos foi construída em 2017 e está no centro de um imbróglio há oito anos
As passarelas do Colégio Helyos foram construídas em 2017  Crédito: Reprodução

A disputa que envolve as duas passarelas que ligam o prédio principal do Colégio Helyos, em Feira de Santana, as anexos da escola ganhou um novo capítulo desta semana. Uma decisão da Justiça determina que o equipamento seja demolido em até 90 dias, sob a justificativa de anulação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o colégio e a prefeitura, em 2021. A instituição privada, por sua vez, afirma que vai recorrer da decisão. 

A sentença foi proferida na última quarta-feira (4) pelo juiz Nunisvaldo dos Santos, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Feira de Santana, e atende a uma ação civil do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O magistrado determina que o TAC seja invalidado por descumprimento da Lei Complementar Municipal nº 118/2018, que autoriza a construção de passarelas sobre vias públicas e foi publicada após a construção das passarelas do Helyos.

O juiz ainda ressalta que o MP não participou do acordo feito em 2021. O TAC firmado naquele ano determinava que a prefeitura concedesse as licenças de construção e, como forma de compensação à cidade, a escola pagasse pela urbanização da Lagoa do Subaé (totalizando R$ 280 mil). A obra não foi realizada até hoje. Segundo a escola, por questões burocráticas da gestão municipal.

Agora, quatro anos depois, a Justiça anulou o TAC, determinou a demolição das passarelas e ainda condenou o colégio ao pagamento de R$ 100 mil por danos morais coletivos. "A demolição das passarelas aéreas, por sua vez, configura uma medida de restauração da ordem urbanística e ambiental, sendo imperativa a eliminação da ilegalidade", pontua o magistrado, na decisão a qual a reportagem teve acesso. Prefeitura e colégio deverão ser responsáveis pela demolição, de acordo com o juiz.  

O que diz a escola 

Ao CORREIO, o diretor do Helyos, Teomar Soledade, disse ver a situação com "muita perplexidade" e afirmou que o colégio é alvo de "assédio jurídico". "O juiz de primeira instância quer modificar uma decisão que já existe em segunda instância. Nós fizemos um TAC em que nos comprometemos a participar do processo de recuperação da Lagoa do Subaé. Na hora de executar essas obras, a prefeitura não quis executar e nem dar as licenças previstas nesse documento", diz o diretor. 

A desembargadora Lisbete Maria Teixeira Almeida Cézar Santos entendeu que prefeitura e colégio erraram - a primeira por não conceder as licenças e a segunda por iniciar a construção das passarelas sem autorização. Foi essa sentença o ponto de partida para o TAC, firmado em novembro de 2021. 

Passarelas garantem segurança dos alunos, diz escola por Divulgação

A prefeitura de Feira de Santana foi procurada para responder sobre o caso na tarde desta sexta-feira (6) e informou que só conseguiria fornecer informações sobre o assunto na segunda-feira (9) devido a necessidade de checagem de documentos. Esta reportagem será atualizada assim que houver manifestação da gestão municipal. 

As passarelas fazem a ligação de quarteirões diferentes de um mesmo cruzamento, possuem 17 metros de comprimento e estão instaladas a nove metros de altura do chão. Para o diretor Teomar Soledade, os equipamentos são essenciais para garantir a segurança dos alunos. "Sentimos que há uma certa má vontade de alguns grupos da cidade com as passarelas, que são essenciais. Precisamos que os alunos possam transitar de um prédio para o outro com segurança", defende o diretor. 

Na ação civil pública, o promotor Anselmo Lima Pereira alegou que o órgão desconhece a existência de uma lei municipal que autorize a utilização do espaço público dessa forma. Isso, contudo, foi contestado pelas outras partes, que se referiam à lei de uso do solo de Feira de Santana, aprovada em 2018.

As passarelas são utilizadas por estudantes de todos os níveis de ensino e profissionais da escola, que atende da educação infantil ao ensino médio. O Helyos é um dos colégios mais tradicionais da Bahia. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, ficou em segundo lugar no ranking de melhores escolas, atrás apenas do Colégio Bernoulli, e teve a 29º maior média entre todos os colégios do país. 

*Com informações da repórter Thais Borges.