Mato alto e ar-condicionado desligado: impactos de cortes anteriores na Ufba

Falta de manutenção e economia de energia já foram estratégias adotadas pela universidade

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  • Wendel de Novais

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 06:00

Ufba já registrou problemas por conta de cortes anteriores Crédito: Marina Silva/CORREIO

A Ufba já admite que o corte orçamentário que reduziu em R$ 13 milhões para 2024 deve afetar a maneira como a universidade utiliza água, energia e aplica manutenção nos seus equipamentos ao longo do ano. Ainda segundo a universidade, as medidas implantadas não são novas, já que a instituição precisou reduzir custos desde 2016 depois de cortes recorrentes. Estudantes e professores, que preferem não revelar o nome, citam a falta de manutenção, redução nas ações de limpeza e o desuso de ar-condicionado.

“O primeiro problema que se vê é a redução das equipes de limpeza, sendo muitas delas terceirizadas pela Ufba através dos contratos que estão inseridos no orçamento que sofreu corte. No caso da rotina de limpeza, vimos alterações antes mesmo da pandemia. Não é como se deixasse de ter pessoas limpando, não é isso. O que se teve foi uma clara redução nas ações dos profissionais responsáveis por isso nas faculdades”, conta uma professora.

O orçamento de custeio citado pela professora corresponde aos recursos aplicados em despesas com contratos de prestação de serviços, aquisição de materiais de consumo, diárias, passagens, bolsas e benefícios. Um estudante lembra, por exemplo, a situação em que a universidade ficou sem manutenção e poda da grama quando não havia aulas presenciais na pandemia.

“A gente passava em frente ao Campus de Ondina e via lá dentro um mato enorme naquela parte da frente. Por conta da ausência de aula presencial e da pandemia, os cortes, naquela época fizeram até esse tipo de manutenção ser afetado. Porém, antes do covid-19, a gente já via os prédios com uma manutenção atrasada, as ruas da universidade com buracos e uma situação ruim”, lembra ele.

Há também a recomendação - ou determinação - da abertura das janelas em salas de aula e o desuso do ar-condicionado. “Muitos professores fizeram isso e a gente passou bastante tempo assim. Todo mundo entendia o porquê, já que a universidade precisava pagar as contas. No entanto, era duro, principalmente, no verão. Em muitos casos também, nem era opção porque o ar-condicionado sempre estava quebrado”, completa.

Recentemente, no final de 2023, estudantes denunciam um sucateamento das residências universitárias da Ufba, que penam sem o investimento necessário para reformas que estão pendentes há décadas.