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Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2024 às 18:30
A mãe do médico Andrade Lopes Santana, que foi assassinado ao 32 anos em São Gonçalo dos Campos, na Bahia, em 2021, diz que o condenado pelo crime "merecia passar o resto da vida preso pelo que fez". O médico Geraldo Freitas Júnior foi condenado a 17 anos, 10 meses e 15 dias de prisão pelo crime, em julgamento que terminou na madrugada da sexta (27), após mais de 20 horas. >
Em entrevista ao G1 Acre, Dormitília Lopes contou que saiu do Acre, onde mora, para acompanhar o julgamento em Feira de Santana, cidade próxima a onde o crime aconteceu. Além dela, viajaram também uma irmã, um cunhado e uma tia de Dormitília. >
"Não ouvi ninguém dizendo que meu filho era feio, foram só elogios. O que podia ser feito os promotores fizeram, foram muito bons. Ele merecia passar o resto da vida preso pelo o que fez", avaliou a mãe da vítima. "Passamos 20 horas ouvindo os sete advogados dele sustentando que foi acidental, mas não conseguiram".>
Ela contou ainda que temia que os adiamentos fizessem as pessoas esquecer do crime. "Demorou muito o julgamento, ele queria que o povo da Bahia esquecesse, mas o pessoal foi em peso para lá", disse.>
O julgamento estava marcado para dezembro de 2023, mas foi adiado após a defesa pedir mudança da comarca de origem. >
Crime>
Andrade desapareceu em 24 de maio de 2021, quando saiu de Araci, onde morava, para Feira de Santana. O corpo do médico acreano foi achado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, quatro dias depois. Geraldo, que foi quem procurou a polícia para registrar o desaparecimento do colega, foi preso no mesmo dia.>
Em depoimento, ele confessou o crime. Andrade foi morto com um tiro na nuca. Depois, Geraldo amarrou uma âncora ao corpo dele para que afundasse no Rio Jacuípe. >
A motivação do crime seria um desentendimento entre os dois - Geraldo comprou uma caminhonete em nome de Andrade, mas o pagamento não foi feito como combinado. A defesa do médico preso alegou que a morte acabou acontecendo de maneira não intencional, mas a polícia sustentou que houve premeditação e que Geraldo atraiu Andrade para o meio do rio, para onde levou uma corda, uma âncora e a arma, já com a ideia de matá-lo.>
Os dois médicos se conheceram quando estudavam em uma faculdade na Bolívia. Já formados, vieram para a Bahia trabalhar e continuaram próximos. Geraldo chegou a receber a família de Andrade nas buscas depois que ele desapareceu, antes de ser apontado como o responsável pela morte do colega. >