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Museu Sesi Lab vira atrativo turístico de Brasília; saiba como visitar

Com educação e ciência aliadas a tecnologia e interatividade, espaço mostra que nem todo acervo vive apenas do passado, alguns projetam o futuro

  • Foto do(a) author(a) João Gabriel Galdea
  • João Gabriel Galdea

Publicado em 5 de novembro de 2023 às 16:00

Museu fica perto da Esplanada dos Ministérios Crédito: João Gabriel Galdea

Ao lado da Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, o Sesi Lab tem um plano: conduzir seus passageiros para uma viagem lotada de experiências multissensoriais e interativas, tendo três pilotos na condução: Arte, Ciência e Tecnologia. O museu, que fica dentro do complexo multiuso já considerado um atrativo turístico da capital federal, dispensa a sisudez daqueles que trazem elementos e histórias do passado e tenta responder, a quem puder, como será o amanhã.

Iniciativa do Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Sesi Lab tomou o lugar de uma antiga rodoviária que recebia os ônibus do entorno de Brasília, ganhou forma durante a pandemia, com investimento de R$ 160 milhões, e seu conteúdo já foi visitado por mais de 200 mil pessoas nos últimos dez meses. O único requisito a quem chega por lá é, além de vontade de aprender, disposição para colocar a mão na massa durante as atividades e ações lúdicas, que animam a criança tranquila, fustigam o adulto blasè e encantam o idoso traquina.

Numa área de quase 7,5 mil metros quadrados, a nova configuração do edifício desenvolvido por Oscar Niemeyer, na beira da Esplanada dos Ministérios, convida o visitante a imergir em seu ambiente futurista e interagir com equipamentos que explicam, na prática, diferentes conceitos científicos, fenômenos naturais e até sociais.

A ideia é demonstrar como esses fenômenos ocorrem e refletir sobre novas possibilidades de futuro.

BRINCADEIRA DE APRENDER

As partes mais interessantes e inovadoras do Sesi Lab ficam nas exposições de longa duração, que estão distribuídas em três galerias, com mais de 100 aparatos interativos.

Na galeria Fenômenos no Mundo, por exemplo, dá pra ver bem de pertinho como funciona uma colônia de bactérias, que mais parece uma obra de arte. Isso porque a ‘Bacteriópolis’ fica num grande painel atrás de um vidro transparente, e que vai mudando de cor e formato conforme os diferentes tipos de microrganismos se ‘reorganizam’ e retroalimentam ao longo do tempo.

Já na instalação ‘Passaredo’, é possível ver como fenômenos naturais geram padrões de movimento, que podem ser observados tanto em um bando de pássaros virtuais, que o visitante pode controlar através de alavancas, quanto em uma torcida no estádio de futebol.

Na galeria vizinha, chamada Aprender Fazendo, a seção ‘Reação em Cadeia’ ajuda a complementar essa percepção, mostrando que em nosso cotidiano, muitos eventos estão interligados. Neste experimento, o visitante cria diferentes ações e observa, na hora, as respectivas reações.

E se o agora é o foco dessas galerias, o depois é a matéria-prima da seguinte, denominada Imaginando Futuros, onde também é possível compreender fenômenos naturais e predizer o futuro analisando eventos do presente por meio de modelos matemáticos.

Na ‘Parede de Futuros’, por exemplo, instrumentos ou ferramentas atuais dão formas a elementos e ideias do que ainda pode vir. Mas será que vamos chegar a conferir? Se você acha que sim, essa galeria tem um espaço chamado ‘Mensagem para Você’, no qual é possível refletir de forma mais ampla sobre como queremos ser, como vamos nos relacionar com os outros e o mundo - basta chegar lá, dar seu palpite e ver se acertou lá adiante.

UMA NOITE NO MUSEU

Embora seja um espaço pensado para atender e agradar pessoas de todas as idades, o público mais comum no Sesi Lab, durante o dia, é formado por uma garotada usando farda colegial.

Pensando em atrair também uma turma que já não lembra da fórmula de Bhaskara, o Sesi Lab então passou a realizar o Night Lab, que no último dia 5 chegou à sua 7ª edição, desta vez com o tema ‘Cosmologias: tentativas de entender o Universo’.

O Night Lab é baseado no After Dark, um evento que busca reaproximar adultos da ciência, promovido pelo Exploratorium, um museu de ciências de São Francisco, na Califórnia (EUA), que também é a inspiração do Sesi Lab daqui. Mais que isso: uma galera do Exploratorium atuou no desenvolvimento da exposição de longa duração do museu em Brasília.

Mas segundo Agnes Mileris, gerente de Programação Cultural do Sesi, aqui a noitada ganhou contornos próprios. “A gente fez uma série de adaptações. Então, nosso modelo ficou bem diferente. Uma vez por mês, a gente abre o espaço e trabalhamos com temas que dialoguem com o público adulto. Por exemplo, em junho, Mês dos Namorados, o tema foi ‘A Química do Amor’. Então, a gente trouxe uma neurocientista pra falar sobre as reações químicas do nosso corpo, quando a gente tá apaixonado”, diz sobre o evento que costuma ocorrer toda primeira quinta-feira de cada mês.

“Uma equipe de educadores desenvolve as oficinas autorais, tem a Conversa Poética, com especialista em algum tema, e a parte musical, com apresentações”, complementa Agnes Mileris.

No último Night Lab, a região Nordeste foi o destaque, com show do pernambucano Lirinha, apresentando seu novo álbum, MÊIKE RÁS F N, que cita uma rádio cósmica fictícia, e na parte da Conversa Poética, um bate-papo com a participação do astrofísico e professor feirense Alan Alves Brito, autor do livro ‘Astrofísica para a Educação Básica: A Origem dos Elementos Químicos no Universo’, escrito com Neusa Teresinha Massoni. A obra, que foi finalista do Prêmio Jabuti 2020, lança um novo olhar sobre a educação de conceitos científicos de Física, Astrofísica e da tabela periódica.

PROJETO VAI VIAJAR

Depois da(s) rodoviária(s), é hora do projeto inovador sair debaixo das asas do Plano Piloto e viajar pelo Brasil. Isso porque o Sesi Lab vai ganhar uma versão itinerante, com a primeira edição já marcada para acontecer no mês que vem, em Santa Catarina.

“O Sesi Lab, desde a sua concepção, foi pensado para públicos diversos de todas as idades. Desde o início as nossas exposições, a nossa programação cultural, as nossas ações educativas foram pensadas pra gente se conectar com uma diversidade grande de público”, comenta Agnes, que ainda não sabe quando o projeto vai desembarcar na Bahia.

Para quem não aguenta esperar, e pretende dar um pulo logo ali em BSB, vai poder conferir também a exposição temporária “Trabalhadores”, do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado. Após um intervalo de quase 10 anos sem ser apresentada ao público brasileiro, a exposição fica em cartaz até 28 de janeiro de 2024. Na seleção, 150 fotografias com uma visão ampla e impactante do mundo do trabalho em diferentes partes do mundo, incluindo fotos de agricultores do cacau no Sul da Bahia feitas entre 1986 e 1992.

Os visitantes costumam gastar de três a quatro horas para visitar todos os espaços do Sesi Lab, que fica próximo de outros pontos turísticos da cidade como a Catedral de Brasília, o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional, a Torre de TV, a Esplanada dos Ministérios e, descendo um pouco mais, a Praça dos Três Poderes.

Serviço:

O quê: Sesi Lab - Museu de Arte, Ciência e Tecnologia

Onde: Setor Cultural Sul, Bloco A, Asa Sul, Brasília-DF, CEP: 70070-150. Ao lado da Rodoviária do Plano Piloto.

Quando visitar: Terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.

Quanto: R$ 20 a inteira. (Em todo primeiro domingo do mês, das 10h às 19h, a entrada é franca). Gratuidades: crianças com até 10 anos de idade; pessoas com deficiência; professores da rede Sesi e Senai e de escolas pú- blicas; trabalhadores da indústria e contribuintes do Sistema da Indústria, e associados ao Conselho Internacional de Museus (ICOM).

*O repórter viajou para Brasília a convite do Sesi Lab.