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Wendel de Novais
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 12:47
Um policial militar, que foi preso por suspeita de integrar um grupo miliciano ligado ao deputado estadual Binho Galinha, está entre os alvos da operação deflagrada nesta terça-feira (26) pela Polícia Federal. O PM, o seu advogado e a esposa de um dos suspeitos de integrar a organização criminosa teriam destruído provas digitais contra o grupo, que foi denunciado no fim do ano passado, quando teve seis integrantes presos. De acordo com o Ministério Público (MP), ele seria o líder da organização criminosa. >
Delegado da Polícia Federal, Geraldo Sérgio Silva de Almeida descreveu como os alvos agiram para serem presos. “Ele estava preso desde a Operação El Patron, no dia 17 de dezembro de 2003. Ele foi atendido pelo advogado, que foi preso hoje, e combinou um acordo para que fossem destruídas as provas. O advogado teve o total conhecimento da sua conduta e sabia que era contrário ao regramento instituído pela OAB. Mesmo assim, ele resistiu nesse comportamento [ação de destruição das provas]”, explica. >
Além dos dois, uma mulher também foi presa. De acordo com a Polícia Federal, ela cumprirá prisão em meio domiciliar por ser mãe de criança menor de 11 anos. A mulher é esposa de um dos investigados dessa operação. Questionado, no entanto, o delegado da PF não confirmou se ela seria casada com o PM. Porém, deu detalhes sobre onde e como foram realizadas as prisões desta terça. >
“Como o PM já estava preso, foi expedido um novo mandado de prisão em face dele, tendo em vista que as investigações apontaram a sua participação. Por outro lado, o advogado foi preso na sua residência em Feira de Santana. Além disso, foi dado um mandado de busca e apreensão, que foi acompanhado por representantes da OAB, no escritório desse advogado”, fala Geraldo, afirmando que existe ainda um quarto investigado na operação que não foi encontrado. >
Sobre os avanços na El Patrón, Ricardo Silva Machado, representante da Receita Federal, afirma que, mesmo com a destruição de indícios digitais, há ainda uma série de provas reunidas. “Já se verifica movimentações financeiras incompatíveis, bens não declarados, patrimônios descobertos, imóveis e outros indícios que a gente, da Polícia Federal e da Receita Federal, vai apurando em conjunto para uma denúncia futura contra todos os envolvidos”, fala. >
Na área penal, os investigados foram presos pelo crime de embaraço a investigação de organização criminosa, cuja pena máxima é de 8 anos, visto que foi praticado para beneficiar uma organização criminosa que, no caso, é o grupo miliciano investigado. Já na Receita Federal, os crimes de sonegação tributária e lavagem de dinheiro serão apurados e representados. O deputado Binho Galinha foi procurado pela reportagem para falar sobre o caso, mas não retornou até a publicação dessa matéria.>