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Poeta baiano Gramiro de Matos morre aos 80 anos, em Salvador

Autor de "Urubu-Rei", Gramiro era apadrinhado por Jorge Amado e fez parte da revolução literária a partir da década de 70

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 19:19

Gramiro de Matos Crédito: Mário Cravo Neto

O poeta baiano Ramiro Silva Matos Neto, que ficou imortalizado como Gramiro de Matos, morreu aos 80 anos, neste sábado (7), em Salvador. A causa da morte não foi divulgada. Ele deixa três filhos, João Paulo Matos, Carolina Matos e Ramiro Maximo Matos, assim como um legado de inovação artística e ousadia.

Apadrinhado por Jorge Amado, Gramiro se consolidou como uma figura emblemática da poesia experimental brasileira, sendo um dos maiores expoentes da contracultura nacional. Ele escolheu o nome artístico como uma homenagem ao também baiano Gregório de Matos, poeta barroco. Era amigo íntimo de Jorge Amado, que o imortalizou em obras.

Entre as produções literário de destaque de Gramiro, estão “Urubu-Rei” (1972) e “Os morcegos estão comendo os mamões maduros” (1973), que ficaram conhecidas pela irreverência e profundidade. Durante a década de 1980, o autor fez viagens exploratórias na Europa e África, investigando a influência da literatura brasileira nas literaturas de língua portuguesa de países africanos independentes. O trabalho resultou na publicação da tese “Influências da literatura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa” (1996).

Após anos de dedicação à literatura e às artes, Gramiro publicou, em 2016, o romance-experimental “A conspiração dos búzios”, um manuscrito escrito em 1976. Em paralelo a trajetória literária, ele também se dedicou à numismática – o estudo histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas – e publicou artigos sobre o tema que lhe gerava fascínio.

Nascido em 22 de março de 1944, na cidade baiana de Iguaí, o autor, quando jovem, foi motorista de caminhão, madeireiro, caixeiro viajante, hippie e literato. Participou do movimento tropicalista de 1970, época em que viveu no Rio de Janeiro e se tornou amigo inseparável de Torquato Neto e Waly Salomão. A partir da década de 80, no entanto, fez morada em Salvador e passou os últimos anos administrando uma pousada e colecionando moedas, longe da agitação de antes.

Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) lamentou a morte do escritor. "Autor dos livros 'Urubu Rei' e 'Os morcegos estão comendo os mamãos maduros', elogiados pela crítica da época (década de 1970), Gramiro de Matos caiu no esquecimento na década seguinte, apesar de ter sido considerado por Jorge Amado como “a mais nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa. A SecultBa se solidariza aos familiares e amigos de Gramiro de Matos", disse a entidade.

Amigos, familiares e admiradores de Gramiro de Matos poderão se despedir do poeta neste domingo (8). O velório será realizado às 7h, na sala 6 do Cemitério Bosque da Paz, na Avenida Aliomar Baleeiro, no bairro de Nova Brasília. O sepultamento está marcado para 10h.