Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Marcos Felipe
Publicado em 20 de julho de 2023 às 19:04
A sensação de insegurança em Salvador, que já fez ao menos 46 escolas públicas suspenderem as aulas neste ano, tomou conta de mais uma unidade: o Colégio Estadual Luiz Viana está de portas fechadas desde a sexta-feira passada (14) — e não tem previsão de reabri-las. Com isso, foram afetados 1,8 mil alunos, distribuídos entre os ensinos fundamental 2, médio e técnico e a educação de jovens e adultos (EJA). Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, a decisão partiu da comunidade escolar, e, além de segurança, faltam funcionários e estrutura adequada ao colégio.>
"Professores e estudantes estão sendo intimidados por pessoas que não são da comunidade e pulam o muro [da escola]", relatou Rui. "Então, tem que ter uma estratégia de inteligência policial e um aporte de recursos para a logística da escola, que é muito grande. Enquanto isso não se resolver, não tem aula. Eles estão com medo, e pode haver até remoção [de alunos] coletiva", alertou.>
O coordenador-geral da APLB destacou que muitos estudantes dependem da merenda escolar e do crédito de 150 reais mensais concedido a suas famílias por meio do programa Bolsa Presença, o qual pode ser perdido, já que está vinculado à assiduidade nas aulas.>
Rui Oliveira afirmou ainda que haverá, na próxima segunda-feira (24), às 8h, uma reunião entre a comunidade escolar e representantes da APLB e das secretarias estaduais da Educação (SEC) e da Segurança Pública (SSP), a fim de adotar medidas para a retomada das atividades no Colégio Luiz Viana de forma segura.>
Procurada, a SEC comunicou à reportagem que "está atuando junto à comunidade escolar para que as atividades regulares sejam retomadas o mais rápido possível" e assegurou que o calendário do ano letivo será cumprido normalmente, como exige a legislação.>