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Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2024 às 07:00
Após denúncias de que as obras doadas pelo artista polonês Frans Krajcberg (1921-2017), doadas ao Estado da Bahia, estão se degradando, o Ministério Público de Contas da Bahia, vinculado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA), deu prazo de 150 dias para que a gestão estadual assuma a conclusão das obras do Museu Artístico e Ecológico, em Nova Viçosa. As obras do artista incluem elementos da natureza que revelam seu ativismo ambiental. >
Frans nasceu na Polônia, em 1921, e veio para o Brasil após perder a família na Segunda Guerra Mundial. Morou no Paraná e Rio Janeiro, até se ficar em Nova Viçosa, no sul da Bahia, na década de 1970. Desde então, sua arte e luta pela natureza se tornaram uma só. Entre fotografias, vídeos, pinturas, fotografias e esculturas, o que mais chama atenção é o ativismo ambiental. >
"Sua obra é um longo processo de tudo que ele passou em vida, como perseguição, guerra, fuga e, sobretudo, a luta pelo meio ambiente. Toda esta vivência está inserida na sua arte, que é única”, disse Luiz Freire, doutor em História da Arte, pela Universidade do Porto, em entrevista ao CORREIO, em 2022. >
Antes de morrer, Frans Krajcberg recebeu propostas de outros estados e países, que queriam receber o seu acervo. São Paulo, Rio de Janeiro e Portugal estavam entre os interessados. Mas ele decidiu manter o legado em terras baianas. >
A amiga Lucenilde Araújo, que conviveu com Frans em Nova Viçosa, foi fundamental para a escolha do polonês. “A gente achava que ao doar para a Bahia, teríamos o cuidado com o acervo. Teríamos um grande patrimônio de cultura e turismo para a nossa cidade, que era o que o Krajcberg queria. Ele queria transformar a cidade no maior polo de cultura e meio ambiente do país”, revela.>