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Saiba como escolas de Salvador lidam com celular em sala de aula

Medidas incluem restrição do aparelho nas salas de aula e espaços de convivência

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Larissa Almeida

  • Gilberto Barbosa

Publicado em 24 de outubro de 2024 às 07:00

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Escolas adotam estratégia para reduzir o uso dos celulares Crédito: Shutterstock

Pensando nos possíveis impactos do uso dos celulares no desempenho acadêmico, as escolas de Salvador adotam estratégias para conviver com as novas tecnologias. Entre as medidas está a restrição do uso do aparelho nas salas de aula e nos espaços de convivência.

Localizada na Federação, a Land School proibiu o uso aparelho em todos os espaços da instituição. A coordenadora pedagógica do ensino fundamental II da instituição, Daniela Davis-Becker conta que a medida tem o objetivo de evitar distrações nas atividades acadêmicas, além de aumentar a concentração e a produtividade dos alunos.

“Inicialmente, a proibição foi aplicada apenas na sala de aula. Em seguida, expandimos para os estudantes de quinto ao sétimo ano, restringindo o uso em todos os espaços da escola. Isso resultou no aumento do engajamento dos alunos nas atividades, além de um aumento médio de 12% na performance acadêmica. Com isso, estendemos para as outras séries do ensino fundamental II”, fala.

Ainda segundo Daniela, a implantação da restrição foi feita de maneira gradual para que todos se adaptassem a nova realidade, além de possibilitar os impactos no processo educacional. Ela fala sobre como a norma impactou no convívio entre os jovens.

“Notamos uma melhoria no comportamento, com o aumento nas interações entre os alunos, criando relações mais profundas entre eles. Vimos também um ganho nas habilidades de resiliência e paciência. O mundo virtual é muito imediato e um atraso pequeno já causa ansiedade em quem está usando e isso se traduz na sala de aula”, completa.

A preocupação das instituições surge em um momento em que crianças e adolescentes estão cada vez mais presentes nos espaços virtuais. Um levantamento produzido pela TIC Kids Online Brasil aponta que 56% dos jovens de 9 a 17 anos das classes AB e C usam a internet no ambiente escolar. Entre os discentes da Classe D, o número cai para 44%. O levantamento também aponta que o celular é o aparelho mais utilizado pelos estudantes.

O Villa Global Education, localizado na Paralela, tentou integrar o aparelho a rotina pedagógica. A diretora pedagógica Selma Brito relata que o colégio buscava assumir o compromisso de desenvolver a cidadania digital entre os discentes. A prática, no entanto, mostrou a necessidade de uma nova direção.

“Passamos a suspender o uso celular como um item de aprendizado, já que ele dispersava a atenção em sala de aula. Com isso, indicamos para os pais outros aparelhos como tablets e notebook, mostrando o que deveria ser disponibilizado nos equipamentos para impulsionar o nosso trabalho”, afirma.

A instituição também investigou como o dispositivo afetava o convívio durante os intervalos. A análise resultou na extensão da proibição para quase todo o ambiente escolar, com restrição do uso a pequenas zonas no colégio, em horários pré-estabelecidos.

“Consideramos que o celular garante o acompanhamento das crianças pelas famílias. Pensando nisso, estabelecemos zonas livres nos locais onde eles aguardam os pais no final do turno ou vão lanchar. Nesses momentos, eles aproveitam para ligar para os familiares e combinarem alguma coisa”, conclui.

Já as escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi) passaram a proibir o uso do celular nas salas de aula no segundo semestre de 2024. A superintendente executiva de Educação e Cultura do Sesi, Clessia Lobo afirma que a medida teve apoio unânime das famílias dos alunos

"Constatamos que o celular pode causa desatenção e aumenta a ansiedade do estudante, que passa a lidar com diversos assuntos em um mesmo momento, prejudicando o aprendizado. A implantação da restrição não foi simples já que os alunos ainda têm dificuldades e problemas com irritabilidade devido a carência e a dependência do aparelho”, declara.

O Conselho Estadual de Educação, a Secretaria Estadual de Educação (SEC) e a Secretaria Municipal de Educação (SMED) foram procurados para saber como funciona a regulação dos celulares nas escolas públicas da capital, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.