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Sem cuidados especiais, olhar para eclipse pode causar danos à saúde dos olhos

Especialistas indicam a melhor forma de apreciar fenômeno astronômico; confira

  • M
  • Millena Marques

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 05:00

Último eclipse solar anular visível no Brasil aconteceu em 1995
Último eclipse solar anular visível no Brasil aconteceu em 1995 Crédito: Divulgação

Longe dos olhos brasileiros desde abril de 1995, um eclipse solar anular poderá ser admirado neste sábado (14) por todo o país. O círculo de luz no céu, formado quando a lua se posiciona em frente ao sol, fazendo sombra em determinadas regiões da Terra, chama atenção dos admiradores de quatro a sete minutos, a depender do local de onde é observado. O que muito gente não sabe é que fenômenos como este podem trazer prejuízos à saúde da visão quando são apreciados sem proteção especial.

Isso porque as radiações solares no espectro ultravioleta oferecem riscos à visão. "Entre os problemas, estão ressecamento ocular agudo, ceratopatia ultravioleta e queimaduras solares perioculares. Em casos mais graves, e muitas vezes irreversíveis, apresentar retinopatia solar com lesão diretamente na retina dos fotorreceptores que resultará em comprometimento visual”, explica o médico oftalmologista Bruno Leão, professor de Medicina no Instituto de Educação Médica (IDOMED).

Os olhos estão expostos aos raios ultravioletas em qualquer sinal de luz solar. No entanto, os perigos à saúde só são apresentados durante exposições excessivas, por isso, não olhar diretamente para o sol sempre deve ser evitado. O olho possui uma camada protetora, que não é suficiente para resistir a exposição intensa. "A exposição excessiva pode gerar a produção de radicais livres, a alteração do colágeno na córnea e lesões fotópticas diretos aos fotorreceptores."

O ideal é observar o fenômeno astronômico através de telescópios solares especiais, câmeras e filtros solares. No entanto, para as pessoas que não possuem tais instrumentos, o indicado é utilizar uma máscara de soldador com vidro nº 14 ou numeração superior. "Quanto maior o número, mais escuro o filtro e mais seguro para observar", explica o especialista. Os admiradores também podem utilizar o filtro de poliéster aluminizado translúcido ou óculos com filtro solar de poliéster – importante não confundir os objetos com óculos comuns de proteção solar. 

Uma outra alternativa sugerida pelo especialista é assistir ao eclipse de forma indireta. As pessoas podem assistir por meio da transmissão ao vivo do Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI), pela plataforma do YouTube. “Outra forma indireta de observar é utilizando o princípio da câmara escura com o tutorial de montagem disponível facilmente na internet”, indica Breno Leão.

Para prevenir o ressecamento ocular excessivo, o especialista indica o uso de colírios lubrificantes e a ingestão de muito líquido, preferencialmente água.

O que não fazer

É comum o uso de filmes de radiografias, filmes fotográficos antigos, câmeras de celulares e até mesmo a observação direta, com a suposta proteção do uso de bonés e chapéus. As práticas são, no entanto, condenadas pelo especialista e devem ser evitadas. "As pessoas que fazem isso estão apenas tapando a luminosidade excessiva do sol, mas não possuem a proteção contra a radiação que é justamente a parte nociva da exposição à luz solar", diz Leão

Até mesmo os admiradores que apreciam o eclipse com proteção especial devem evitar passar muito tempo olhando para o sol. É importante alternar entre intervalos curtos de observação e pausa para descanso dos olhos. "Não devemos observar de forma contínua o sol, e sim fazer intervalos de 30 segundos de observação do fenômeno com 2 a 4 minutos de descanso ocular".

O fenômeno

O eclipse solar ocorre quando a lua cobre, de fato, o sol. Ele pode ser total, quando o sol fica totalmente coberto, ou anular, quando a lua cobre boa parte da estrela, deixando à mostra apenas uma 'anel' de luz – o que acontecerá neste sábado. Essa diferença é resultado da distância entre a lua e a Terra. De acordo com o professor e mestre em Física Marcus Paiva, o fenômeno é raro. Depois de ser visualizado hoje, ele só voltará a acontecer em 12 de setembro de 2034.

O fenômeno só será visto por completo nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Tocantins e Pernambuco. Na Bahia, as pessoas vão admirar o fenômeno parcialmente, no final da tarde. Em Salvador, o horário certo para observá-lo será às 16h48.

"Devemos ter cuidado ao olhar, pois pode causar cegueira. O melhor e mais indicado é o uso de óculos especiais para ver eclipse, mas também podemos usar o vidro de máscara de solda, que não custa caro e serve de proteção. Nunca se deve olhar diretamente para o sol sem proteção adequada", disse Paiva.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo