Só este ano, Salvador registrou mais de 160 roubos de cabos

No ano passado, prejuízo com furtos foi de mais de R$2 milhões

  • Foto do(a) author(a) Raquel Brito
  • Raquel Brito

Publicado em 2 de abril de 2024 às 22:10

Furtos de cabos têm acontecido com frequência na capital
Furtos de cabos têm acontecido com frequência na capital Crédito: Marina Silva/CORREIO

Entre janeiro e março deste ano, foram registrados 165 roubos de cabos de cobre em Salvador. Os dados são da Diretoria de Iluminação Pública de Salvador (DSIP).

Segundo o diretor da DSIP, ngelo Magalhães, o número até o fim do ano deve superar o total de registros de 2022. No ano passado, o prejuízo para a Prefeitura ultrapassou R$2 milhões em reparos de semáforos e postes, por exemplo. Índice cerca de 30% mais alto que o valor gasto em 2021, R$1,5 milhão.

“Com esse valor, nós poderíamos modernizar mais de 25 campos e quadras, iluminar pontos de parada de ônibus, o parque luminoso da cidade. É um dinheiro que deixa de ser empregado em melhorias para os bairros, para a população, por conta do erro de alguns”, diz.

Além do prejuízo monetário, moradores e transeuntes também têm suas rotinas dificultadas com os furtos. Isso porque os cabos são utilizados em projetos elétricos, causando apagões nas regiões onde os furtos acontecem.

“As pessoas reclamam da penumbra e dos locais estarem escuros e perigosos, com razão. A gente tem uma equipe constante de busca desses apagões, nós recebemos informações quase instantâneas dos locais e seguimos para religar os circuitos imediatamente”, afirma o diretor.

O cobre é um material muito visado para roubos devido ao seu alto valor, propício para revenda. Metal de ótima condutividade elétrica, um quilo de cobre pode chegar a R$60, de acordo com o diretor da DSIP. O material é usado também em motores de carros, sobretudo os totalmente elétricos.

Entre os principais focos de furtos, estão as maiores avenidas da cidade, como a ACM e a Centenário. Magalhães explica que a preferência por esses locais acontece pelo movimento constante de carros, o que faz com que a ação passe despercebida pelos que passam pela região.

“Quem rouba fica agachado, escavando para roubar os circuitos. Com a quantidade de veículos passando em alta velocidade, a tendência é que os outros não prestem atenção no que está ao seu lado”, diz.

Riscos

Além dos perigos em relação à segurança pública, o furto de cabos oferece riscos de saúde àqueles que praticam, uma vez que quem rouba fios de energia pode receber queimaduras e descargas elétricas fatais.

Outro perigo é a possibilidade de deixar os fios energizados, o que gera riscos para todos que passam pelos locais ou vivem ao redor.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela.