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Maysa Polcri
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 14:26
Incentivar instituições públicas e privadas que fomentam inclusão e diversidade. Esse é o grande objetivo do Selo da Diversidade LGBT+, que premiou 51 empresas atuantes em Salvador nas categorias Compromisso e Reconhecimento, nesta segunda-feira (4). A ação é realizada pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Reparação (Semur).
Para ser considerada uma empresa inclusiva, não bastam apenas palavras. Cada instituição premiada precisa atender critérios pré-estabelecidos por um Comitê Gestor. Entre eles está a inserção de pessoas LGBT+ no quadro de funcionários e um plano de trabalho para desenvolver ações que contemplem a diversidade. Ambos requisitos são necessários para a inclusão na categoria Compromisso.
Já a categoria Reconhecimento certifica empresas geridas por pessoas LGBT+. “O selo é a possibilidade concreta de que ter a diversidade dentro das empresas é um diferencial para as instituições. É um papel importante para a construção de valores”, pontua Marcelo Cerqueira, coordenador do Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno e presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB).
O Selo da Diversidade foi instituído pelo Decreto nº 35.071 no ano passado e abarca empresas e organizações públicas, privadas e da sociedade civil que atuam em Salvador. Entre a primeira e a segunda edição, o número de instituições participantes cresceu 27,5%, saltando de 40 para 51 neste ano.
Para obter o selo, as empresas precisam preencher quatro documentos: solicitação de outorga, formulário de cadastro, termo de compromisso e o termo de reconhecimento. Entre os pré-requisitos está ainda o perfil sobre orientação sexual e identidades de gênero do quadro de colaboradores, que deve ser feito por autodeclaração dos funcionários.
As empresas que desejarem obter o selo no próximo ano, podem entrar em contato com a Semur através dos telefones (71) 3202-2604/2607/2750, ou pelo e-mail comitegestorselolgbt@gmail.com.
Durante a premiação, que aconteceu em um hotel no Rio Vermelho, Leonora Áquilla, coordenadora de Municipal da Diversidade de São Paulo, falou sobre as dificuldades que a população LGBT+ enfrenta para conseguir acessar o mercado de trabalho. A convidada, que é uma mulher trans, ressaltou que o preconceito é um obstáculo mesmo para as pessoas mais escolarizadas.
“Se a população LGBT+ estuda e está preparada para o mercado de trabalho, mas precisa se prostituir porque o mercado de trabalho não abre as portas, tem alguma coisa errada”, disse Leonora Áquilla, que desenvolve projetos que fomentam a inclusão na Prefeitura de São Paulo.
Ivete Sacramento, titular da Secretaria de Reparação, explicou os motivos pelos quais a ação é desenvolvida pela pasta. “A nossa missão é desenvolver os direitos às populações que tiveram seus direitos negados historicamente. Através da transversalidade, a Prefeitura de Salvador tem o olhar para o acesso das pessoas LGBT+ em todas as áreas”, falou.