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Técnica milenar é capaz de curar em minutos medo de avião e elevador

Neuropsicóloga e hipnoterapeuta afirma que, apesar da eficácia, nem todos devem ser hipnotizados

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 3 de agosto de 2025 às 08:00

Hipnose (imagem ilustrativa)
Hipnose (imagem ilustrativa) Crédito: Shutterstock

Medo de avião. Pavor de elevador. Para muita gente, essas fobias são obstáculos que limitam viagens ou até oportunidades de empregos. Para fornecer uma resposta ao problema, a técnica de hipnose tem sido usada e caiu nas graças até de famosos, como o colunista Chico Barney, que utilizou-a para conseguir viajar de avião. No dia a dia, a hipnose pode ser utilizada como uma forma "paliativa" de lidar com questões como ansiedade, dores crônicas, baixa produtividade, dificuldade para falar em público, vícios, entre outros.

A diretora do Centro de Especialização e Acompanhamento Psicológico e Psiquiátrico (CEAPP) e neuropsicóloga, Silvia Santana, explica que a técnica funciona para essas questões de forma pontual, uma vez que acessa a mente humana para criar sugestões e induções que serão reproduzidas posteriormente. Isso significa dizer que a mente transforma em sentimentos verdadeiros, na prática, os comandos dados pelo hipnoterapeuta. "Nós criamos as sensações em um campo sugestivo e a mente reproduz. Essa hipnose pode ser usada para controle de dor, para controle de quadro de ansiedade, ter um resultado melhor em um exame, perder o medo da direção", exemplifica.

Ela alerta para o fato de que, apesar de ser um procedimento eficaz, a técnica não substitui tratamentos mais extensos com profissionais da psicologia, psiquiatria ou neurologia. Para ela, a hipnose deve ser vista como uma ferramenta de auxílio temporário na construção de um tratamento eficiente. "A hipnose não vai mudar algumas questões que são neurológicas, psiquiátricas, orgânicas e fisiológicas. Você não vai curar um câncer com a hipnose, mas você vai fazer com que aquele paciente sinta muito menos dor [durante o processo]."

Com origens no século XVII, a hipnose trata-se de uma indução a um estado alterado de consciência. O hipnoterapeuta consegue conduzir o hipnotizado para um estado de relaxamento mental profundo e fazê-lo atender a bases sugestivas, que são comandos diretos dados pelo hipnotizador. A prática, cercada de mitos, levanta uma pergunta comum: afinal, todo mundo pode ser hipnotizado?

Silvia explica que a indução se dá em diferentes níveis para pessoas diferentes. Ela aponta que, com exceção de pessoas com sociopatia ou psicopatia, todos conseguem ser acessados em algum grau. O que pode variar é o nível de "controle" que o hipnotizador terá sobre a mente de cada um. "Há quem entre em um transe muito suave, mas ele tem o controle e não se permite aprofundar por algum motivo. É possível que, com maior investigação, com mais tempo, a gente consiga chegar em outros níveis de transe", afirma a hipnoterapeuta.

Do outro lado da moeda, há pessoas que precisam de cuidados específicos quando o assunto é hipnose. A aplicação da técnica em pessoas com histórico de psicose, alucinação ou delírios pode induzir a um surto psicótico. "Tudo isso precisa ser calculado", alerta a neuropsicóloga, ao afirmar a necessidade da devida formação de profissionais da área.

Formação e ética

Com um ano de duração, o curso de formação em Hipnose Clínica do Centro de Especialização e Acompanhamento Psicológico e Psiquiátrico (CEAPP) estabelece critérios para o ingresso de novos estudantes. Um dos requisitos é possuir uma formação em graduação superior, principalmente na área da saúde.

"Com a técnica da Hipnose Ericksoniana e também a da Hipnose Convencional, a gente consegue buscar outros recursos para trabalhar dentro da clínica. É como se fosse uma ferramenta a mais, ou melhor, uma caixinha de ferramentas, porque a hipnose ela é versátil na aplicação", argumenta Silvia.

Apesar da preferência, o curso também é voltado para profissionais da educação, comunicação e outras áreas, desde que haja um comprometimento com a ética e a segurança.