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Gilberto Barbosa
Publicado em 5 de abril de 2024 às 14:06
Um dia após um crime que chocou moradores do Cabula, o bairro amanheceu com o policiamento reforçado. Em plena tarde de quinta-feira (4), por volta das 14h30, um homem foi executado com mais de 40 tiros na cabeça em um ponto de ônibus em frente à Universidade do Estado da Bahia (Uneb), na Rua Silveira Martins, considerada uma das mais movimentadas do bairro.>
Nesta manhã, uma viatura da Polícia Militar (PM) fazia vigília em frente à instituição de ensino, que suspendeu as atividades presenciais até o próximo sábado (6) após o crime. Moradores, que ainda estão assustados com tudo que ocorreu, contam que um módulo policial foi retirado do local há cerca de quatro meses. Procurada, a PM não se manifestou sobre o motivo da remoção do posto.>
"A viatura está aqui por causa da morte que teve ontem. Mesmo quando tinha o módulo, o policiamento era insuficiente. Agora que retiraram, fica uma viatura fazendo ronda, mas o intervalo de tempo é grande", contou uma moradora que não quis se identificar.>
Em nota, a PM informou que o policiamento na região é feito de maneira permanente com uso de viaturas, mas confirmou que a ronda foi intensificada "com intenção de coibir ações criminosas, contando com o reforço de unidades especializadas >
Outros moradores contam que o movimento nos pontos de ônibus estava menor do que o habitual. Além do medo, eles arriscam que um dos motivos é o forte cheiro de sangue que ainda ficou no local.>
"O pessoal ficou o dia inteiro lavando a rua, usaram diversos produtos, mas não tem quem dê jeito nisso. O cheiro está terrível", contou um outro morador. No ponto, era comum ver pessoas colocando a mão no rosto para lidar com o mau cheiro.>
Ao contrário da Uneb, os estabelecimentos da região seguiram funcionando normalmente nesta sexta (5). A região onde ocorreu o crime tem, além de condomínios residenciais, duas escolas, um supermercado e algumas lojas. Apesar de também sentirem medo, os comerciantes afirmam que não podem deixar de vender.>
"Eu fui almoçar em casa e, quando estava voltando, ouvi um tiro. Achei que tinha sido na Engomadeira, mas quando cheguei aqui, vi o que tinha acontecido", contou um comerciante.>
Alguns vendedores estavam com medo do ocorrido e não quiseram falar. Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estava na região investigando o crime.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>