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Moyses Suzart
Publicado em 12 de maio de 2025 às 05:00
O dia das mães foi diferenciado para dona Lúcia Cerqueira. Ela não deixou de ter os mimos tradicionais: café da manhã, presentes dos filhos e netos, além de um almoço caprichado. Contudo, o presente principal que ela pediu foi outro: ouvir reggae na Praça Tereza Batista, no Pelourinho. Um dos berços do ritmo em Salvador foi palco ontem do Festival Reguetho, em comemoração ao Dia Nacional do Reggae, data que a nação regueira lembra a morte de Bob Marley. >
Como toda mãe coruja, Lúcia levou os filhos, a neta e o marido para ver uma das atrações do festival, a cantora Danzi, que por sinal também é sua filha. “Na família todo mundo gosta de reggae. Minha filha canta reggae e vai abrir o festival. Onde você acha que esta mãe aqui queria estar? Aqui mesmo, é o melhor presente!”, brinca Lúcia, que se derreteu toda quando a filha entrou no palco e, ao avistá-la no meio do público, declamou. “Feliz dia das mães, nação!”, disse a cantora e compositora do estilo Roots Reggae. >
Antes do show, Danzi já havia antecipado o significado da tarde regueira das mães. “Hoje é o dia das mães e também o dia do reggae. É uma dupla comemoração mega importante. Maternidade e reggae foram duas coisas que deram bastante sentido à minha vida”, disse Danzi, que tem composições que falam de mães que batalham todos os dias para sustentar seus filhos, como a música Rainha Omega, disponível nas plataformas digitais. Ela disse que suas músicas ganharam mais força depois da maternidade. >
O Festival Reguetho contou com diversas atrações, todas de graça, o que proporcionou um dia diferente para as mães regueiras. Além de Danzi, o festival contou ainda com a Banda Cativeiro, DJ Pc do Reggae, JC do Reggae, Mavi e convidados, entre outros. E para quem queria esticar o dia das mães, a celebração pelo dia do reggae ainda contou com o show da banda Ativos Resistentes, na Praça das Artes, com um repertório todo dedicado às músicas de Bob Marley, além de outras atrações de peso no cenário regueiro baiano, como Renata Bastos, Reina, Pali e os DJs Boca e Ras Péu. >
Com tantas atrações de graça, a rasta Eliene Vergne dispensou o presente, mas não abriu mão de curtir o dia dedicado ao reggae. Não foi muito difícil convencer a filha Mônica, também rasta, além da neta Désiree. Na casa delas, todo mundo é regado com reggae desde o berço. “Como dia Edson Gomes, vem me regar, mãe! Sou fã de Lucky Dube, lembramos hoje a morte de Bob, é dia das mães e um dia todo dedicado ao reggae. Para mim, que tenho a família toda regueira, é o melhor presente do dia das mães”, celebra Eliene. >
A filha Mônica uniu o útil ao agradável. “Não foi muito esforço dar de presente isso para minha mãe, pois eu, como mãe, também pedi isso. Então estamos aqui, avó, filha e neta, todas juntas comemorando o dia da nossa música, fugindo daquele dia das mães tradicional. Este é o espírito, né?”, disse Mônica, que saiu de Portão, em Lauro de Freitas, para curtir o festival. “Lá em casa, tudo começou com meu pai, que era rasta, mas cortou o cabelo. As mães da casa que mantiveram a tradição”, completa. >
O dia do reggae nacional foi sancionado por meio da lei federal Nº 12.630, de 11 de maio de 2012. >