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Você sabe o que é au pair? Saiba como morar no exterior cuidando de crianças e sem pagar aluguel

Programa permite morar na casa de famílias estrangeiras, principalmente nos Estados Unidos

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 27 de abril de 2025 às 07:00

Modalidade permite novas experiências
Apenas jovens de 18 a 26 anos podem participar Crédito: Freepik

Cuidar das crianças de uma família estrangeira em outro país em troca de moradia, alimentação gratuita e uma pequena remuneração. A ideia pareceu interessante? Esse é o tipo de trabalho que a modalidade de intercâmbio chamada au pair oferece para jovens entre 18 e 26 anos que estejam também interessados em conhecer mais a cultura de outro lugar e melhorar o aprendizado em alguma língua estrangeira.

O formato de turismo é regulamentado em diversos países como nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França. Para se tornar um au pair, o candidato ou candidata precisa corresponder a alguns requisitos obrigatórios, como ter carteira de motorista, nível intermediário na língua do país de destino, experiência comprovada com crianças, estar com a saúde em dia e não possuir antecedentes criminais.

Depois de gabaritar essa lista, o interessado deve entrar em contato com agências de intercâmbios que fazem o papel de intermediar a ida para o país estrangeiro. Essas empresas fazem o processo desde a regulamentação de vistos internacionais até o “match” com a família anfitriã.

Como se tornar um au pair

Para se candidatar, é preciso pagar uma taxa de R$1.095,00 para regulamentar a documentação obrigatória, realizar testes de proficiência e construir um currículo online das experiências do profissional. A papelada pronta é enviada para uma representante norte-americana, como a Au Pair In America, que distribui o perfil para as famílias que solicitaram o serviço.

“A família faz o primeiro contato, mas o candidato não é obrigado a fechar. Às vezes tem meninas que estão em contato com quatro ou cinco famílias ao mesmo tempo e conversando por videochamada, por isso é necessário ter inglês intermediário. Também existem famílias com crianças especiais, então a au pair também tem que saber dessa informação”, explica Maíra Martins de Sá, 39 anos, diretora da filial baiana da Experimento Intercâmbio Cultural, que realiza esse tipo de turismo estudantil.

Depois que acontece um “match” entre família e intercambista, um visto específico para intercambistas, que custa por volta de R$ 2000 deve ser solicitado. Além disso, somam-se a taxa de R$ 560 para o seguro-saúde e o valor da passagem, que no caso da Experimento, está incluso no pacote da agência de intercâmbio. Quando chegam lá, os au pairs recebem por volta de US$ 200 semanais (R$ 1.138,08 na cotação atuais) e uma bolsa de estudos única de até US$ 500 para cursos de curta duração.

De acordo com a regulamentação dos EUA, por exemplo, a acomodação precisa ter um quarto individual e todas as refeições devem ser disponibilizadas integralmente pela família anfitriã. O trabalho tem duração de até 45 horas semanais a depender do tipo de programa e há um folga por semana, duas semanas de férias remuneradas e um final de semana livre por mês.

As famílias podem ser problemáticas?

Maíra foi au pair nos Estados Unidos entre 2009 e 2010 e conta que a experiência de viver com outra família bem longe de casa era cheia de responsabilidades, mas bastante enriquecedora.

“Eu falo que não existe família perfeita, nem trabalho perfeito. Eu fui entendendo que tinha que ter uma responsabilidade com criança e a gente não pode tratar de qualquer forma. Além de ser filho de outras pessoas, de uma outra cultura”, conta Maíra.

Ela morou com uma família com ascendência filipina e disse que teve uma boa relação com a hostmother, como é chamada a mãe da família que abriga o intercambista. “Eu conheci um pouco da cultura dela e assistia às novelas das Filipinas com ela”, revela.

Outro ponto que ressalta é a relação com os familiares. “Não é uma relação de empregada. Eles tratam com mais respeito até porque eles têm o entendimento do programa, eles fazem com que a gente também faça parte, se sinta confortável, que faz parte da família”, comenta.

Oportunidades

O aprendizado de línguas é o objetivo principal da maioria dos interessados em fazer intercâmbio, mas ser colocado em um lugar completamente diferente de sua terra natal pode ajudar a conquistar desenvoltura. “Você tem a habilidade de negociação, sai da zona de conforto, entende que é capaz de enfrentar desafios”, explica Maíra.

E quem se dá bem com crianças e segue essa carreira, pode encontrar melhores oportunidades de emprego ao fim do programa. “Tem uma candidata que já trabalhava em escola aqui e quando voltou, conseguiu colocação na escola bilíngue. Ela fez curso na área de educação infantil nos Estados Unidos e voltou com o potencial de conseguir um trabalho melhor”, finaliza.