Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Maria Raquel Brito
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 19:24
Quem passa pelo aeroporto de Salvador, certamente já percebeu a presença de uma “bola de futebol gigante” na Avenida Paralela. O que nem todo mundo sabe é que aquela estrutura é, na verdade, um radar meteorológico, feito para monitorar e evitar desastres naturais. >
Controlado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o aparelho gerou reações de surpresa depois de reportagem publicada pelo CORREIO na última semana abordar os efeitos do desligamento do radar, sem funcionar há mais de um ano. >
“Com quantos anos você descobriu que aquela bola é um radar meteorológico?”, questionou um internauta na publicação do jornal nas redes sociais. “Minha primeira lembrança dessa boa foi em 2014, achei que era uma bola de futebol e que tinha relação com a Copa do Mundo. Até achei que iriam pintar pra ficar igual à Brazuca”, disse outro. >
Radar meteorológico
Para os administradores de uma página dedicada ao futebol da Bahia, o pensamento era semelhante, mas o equipamento ganhava forma de tributo: “Sempre passei pelo Aeroporto de Salvador e pensei que era uma bola de futebol homenagem aos clubes baianos”. >
A estrutura aparece em outros lugares Brasil afora. No Vale do Paraíba, em São Paulo, o radar chegou em 2021. Em Rio Branco, no Acre, foi instalado em agosto deste ano. Salvador, por sua vez, recebeu o equipamento em 2013. Todas têm em comum a aparência de bola de futebol.>
A curiosa construção esférica, chamada radome, serve para proteger a antena de interferências como chuva, sol e poeira. “Porque a antena é delicada, ela precisa ser protegida, para que ela fique funcionando direitinho”, diz o pesquisador André Ivo, do Cemaden.>
O motivo desse formato, conta André Ivo, é que a esfera não atrapalha o sinal do radar e deixa as ondas eletromagnéticas passarem por igual, em todas as direções, sem distorcer ou enfraquecer o sinal na hora do chamado efeito Doppler – fenômeno que ocorre quando existem diferenças de velocidade entre o observador e a fonte emissora de ondas. >
“Além disso, o formato esférico torna a estrutura muito mais resistente ao vento e permite que a antena fique girando lá dentro. Esse formato, além de resistência, confere também uma maneira de construir essa proteção de forma muito leve. Resumindo: é uma casquinha que protege a antena que fica lá dentro e deixa ela girar em volta de maneira bastante eficiente”, explica.>