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80 anos após a morte de Hitler, dúvidas ainda alimentam conspirações

Ditador nazista tirou a própria vida em um bunker em maio de 1945, mas notícia foi recebida com descrença que deu espaço para boatos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 1 de maio de 2025 às 10:36

Adolf Hitler
Adolf Hitler Crédito: Shutterstock

Em 1º de maio de 1945, a rádio de Hamburgo anunciou que Adolf Hitler havia morrido "lutando até seu último suspiro contra o bolchevismo e pela Alemanha". A notícia, recebida como o marco simbólico do fim do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, logo foi tratada com descrença.

O jornal New York Times alertava: "O mestre da mentira tenta cometer uma grande fraude final perante o mundo". O correspondente do jornal conversou com presos políticos alemães, e a maioria duvidava do anúncio. “Hitler havia sido tão inescrupuloso que alguns acreditam que ele seria incapaz até de morrer honestamente”, dizia uma matéria.

Nos dias que seguiram, as versões se multiplicaram. O Exército Vermelho informava, em 3 de maio, que Hans Fritzsche, figura do alto escalão da Propaganda nazista, confirmara o suicídio de Hitler e Joseph Goebbels no bunker da Chancelaria. Mas uma rádio de Paris dizia que Hitler fora assassinado pelos próprios generais em 21 de abril. Já a agência japonesa Domei alegava que ele morrera num ataque soviético. E havia ainda relatos de hemorragia cerebral dias antes da morte.

No meio da confusão, um diplomata nazista profetizou: “Podem estar certos de que o corpo de Hitler não será descoberto”.

De fato, no dia 4 de maio, os soviéticos admitiram que não haviam localizado os restos mortais na Chancelaria em ruínas. Dois dias depois, muitos corpos foram encontrados, mas nenhum identificado como o de Hitler ou Goebbels. Em 8 de maio, surgiu um cadáver baleado que teria sido reconhecido por funcionários do bunker. Mas logo um motorista contradisse a versão, dizendo que se tratava de um cozinheiro que atuava como dublê do Führer.

Fuga para Argentina?

O mistério seguiu crescendo. No verão de 1945, pipocavam rumores de que Hitler vivia como ermitão nos Alpes suíços, como pastor no norte da Itália, croupier na França ou em uma fazenda na Argentina. O FBI investigou a última hipótese, enviada por carta, mas J. Edgar Hoover descartou a informação.

A verdade começou a emergir nos bastidores da inteligência soviética. Em 2 de maio de 1945, agentes do Smersh — serviço de contrainteligência da URSS — isolaram o jardim da Chancelaria de Berlim e lacraram o bunker. Nem o marechal Georgy Zhukov teve acesso ao local. A ordem era sigilo total, supervisionado pessoalmente por um general da NKVD, que relatava diretamente a Stalin.

Três dias depois, em 5 de maio, os corpos carbonizados de Hitler e Eva Braun foram encontrados numa cratera aberta por bomba. Estavam parcialmente queimados por gasolina. A arcada dentária de Hitler foi removida e usada na identificação, feita com a ajuda de Käthe Heusermann, assistente do dentista pessoal do ditador.

A confirmação só viria oficialmente quase 30 anos depois. Em 1973, um estudo de odontologia forense ratificou a identidade do cadáver como sendo, de fato, a do líder nazista. Mesmo assim, as versões e teorias da conspiração continuaram circulando por décadas — reflexo do caos informativo e do próprio legado de mentira que envolveu o regime até o fim.