Ajuda humanitária tem dificuldade para chegar à Gaza, informa ONU

Já passa de 500 o número de palestinos mortos e de 2,5 mil feridos

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  • Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2009 às 20:44

- Atualizado há um ano

Ambulâncias e profissionais de saúde têm enfrentado cada vez mais dificuldade para conseguir atender os feridos na Faixa de Gaza. Alguns dos profissionais têm sido mortos durante o deslocamento, informou hoje (5) a Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o Coordenador Humanitário da ONU para o território palestino ocupado, Maxwell Gaylard, é fundamental garantir um espaço para que a ajuda humanitária possa chegar a Gaza.

“Um grande número de pessoas, incluindo muitas crianças, está com fome, com frio, sem acesso a tratamento médico, a eletricidade e água potável e, acima de tudo, estão aterrorizados. Sem dúvida, isso é uma crise humanitária”, afirmou o coordenador.

Gaylard ressaltou que já passa de 500 o número de palestinos mortos e de 2,5 mil os feridos pela ofensiva que, segundo o governo israelense, tem como objetivo parar os ataques do grupo islâmico Hamas ao seu território

De acordo com a ONU, boa parte da infra-estrutura na Faixa de Gaza foi danificada e está em estado crítico. Já  falta eletricidade e combustível. Mais de um milhão de pessoas estão sem energia e mais de 250 mil sem água potável, alguns há mais de seis dias, segundo Gaylard.

Além da falta de acesso para a ajuda humanitária, o coordenador também destacou a necessidade de doações em dinheiro.

“Sem dinheiro, as pessoas não conseguem comida, ainda que ela esteja disponível. Sem dinheiro, a Agência de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNWRA) não pode pagar seus fornecedores e contratados, deixa de lado sua equipe, que é essencial para realizar distribuições, enquanto operações forem mantidas e abrigos forem necessários”, acrescentou.

Segundo informações da agência de notícias Telam, no início da noite de hoje, já puderam ser ouvidos explosões e disparos de metralhdoras no bairro de Shejaiya, no leste da Cidade de Gaza, que até agora não tinham sido atingido desde o início da ofensiva por terra, no sábado (3). De acordo com fontes, tanto palestinas quanto israelenses, helicópteros de assalto sobrevoam a área.

Três brasileiros, dois homens e uma mulher, vivem em uma das áreas incluídas no ataque israelense por terra contra o Hamas: o campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. De acordo com informações da BBC Brasil, a ofensiva no local preocupa a representação brasileira do Ministério das Relações Exteriores em Ramallah, na Cisjordânia.

As condições de comunicação com os brasileiros são precárias, já que eles dão notícias somente por celular e não têm conseguido carregar as baterias dos aparelhos, informou a sub-chefe do escritório, Rosimar Suzano. De acordo com ela, o último contato foi feito na semana passada, quando os brasileiros disseram que não pretendem voltar ao Brasil.

O campo da Jabaliya é tido como um reduto do Hamas. Lá o principal objetivo dos soldados israelenses é destruir lançadores de foguete Kassan, bunkers, armazéns e túneis usados por militantes. De acordo com o exército de Israel, os túneis são utilizados para armazenar e contrabandear armas, ocultar terroristas e chegar ao território israelense. (Com informações da Agência Brasil)