Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2020 às 06:39
- Atualizado há 2 anos
Três pessoas foram mortas e várias ficaram feridas na manhã desta quinta-feira (29) em um ataque a faca na Basílica de Nice, na França. O caso ocorreu por volta das 9h horas locais (6 horas em Brasília). O prefeito Christian Estrosi classificou o caso como terrorismo e disse que um suspeito foi preso.>
Segundo relatos da imprensa francesa, duas mulheres foram mortas dentro da basílica e a terceira pessoa foi morta do lado de fora. O jornal 'Le Parisien' diz que uma das mulheres foi degolada durante o ataque. Uma equipe da polícia antibomba foi enviada até o local para verificar a possibilidade de algum artefato explosivo ter sido deixado lá.>
A Procuradoria antiterrorismo francesa iniciou uma investigação sobre o caso. O ministro do Interior do país, Gérald Darmanin, disse que terá uma "reunião de crise" com o presidente Emmanuel Macron, que depois seguirá para Nice.>
As mortes acontecem em meio a um momento difícil na França, pouco depois da decapitação do professor Samuel Paty, morto após exibir uma charge de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão. A morte gerou vários protestos no país e reacendeu tensões com a comunidade muçulmana.>
Não há informação se os dois casos têm relação, mas o prefeito citou o caso e disse que a França precisa "eliminar o islamo-fascismo".>
Terrorismo A basílica Nortre-Dame, que fica no centro da cidade de Nice, na Riviera Francesa, já tinha sido alvo de um atentado em 2016, com 84 mortos. Um caminhão passou atropelando pessoas que assistiam à queima de fogos pelo 14 de julho, Dia da Bastilha, data muito celebrada na França.>
O caso mais recente de terrorismo na França aconteceu há menos de duas semanas - a decapitação do professor Paty.. Em sala de aula, ele exibiu uma charge do profeta Maomé, o que é considerado blasfêmia pelos muçulmanos. A imagem mostrada era da revista satírica Charlie Hebdo, também alvo de um atentado em 2015.>
Em setembro desse ano, houve outro ataque nas proximidades da antiga redação da revista, que mudou de lugar após o atentado de 2015. Duas pessoas ficaram gravemente feridas. >
A morte do professor causou comoção e gerou protestos em toda a França. No funeral de Paty, o presidente Macron disse que o país não vai renunciar às caricaturas. "Nós continuaremos, professor. Nós defenderemos a liberdade que você ensinava tão bem e nós levaremos a laicidade. Nós não renunciaremos às caricaturas e aos desenhos", afirmou Macron. “Samuel Paty foi morto porque os islâmicos querem nosso futuro, mas a França não desistirá de nossos cartuns", reafirmou.>
A fala de Macron foi criticada em países de maioria muçulmana, que clamaram por um boicote à França. O presidente da Túrquia, Recep Tayyip Erdogan, questionou a saúde mental do presidente francês. Erdogan disse que “uma campanha de linchamento está sendo realizada contra os muçulmanos, semelhante à dos judeus da Europa antes da Segunda Guerra Mundial”.>
A França tem a maior população muçulmana da Europa Ocidental, cerca de 9%, e defende o secularismo no Estado, com medidas consideradas polêmicas, como a proibição de uso de niqabs, o véu muçulmano que cobre o rosto, em locais públicos e nas escolas.>