Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Brasileiros candomblecistas pedem asilo nos EUA e resposta diz para morarem no Nordeste

"O candomblé é popular e celebrado no nordeste do Brasil, a família poderia se mudar para lá com segurança", afirma decisão

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 10 de junho de 2025 às 09:09

Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco
Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco Crédito: Reproducão

Uma família brasileira, composta por um casal e um filho menor de idade, entrou com um pedido de asilo humanitário nos Estados Unidos, argumentando perseguição religiosa por praticar o candomblé no Brasil. O caso foi apresentado à Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco, mas o pedido foi negado no último dia 15, o que pode levar à deportação. O caso foi divulgado inicialmente pelo portal Uol. 

Os brasileiros, que são de um pequeno município de Goiás, relataram na petição ter sofrido agressões devido à sua fé, citando ainda casos recentes de violência contra praticantes de religiões de matriz africana no país. Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania mostram que, em 2024, foram registradas 3.853 violações por intolerância religiosa, um aumento de mais de 80% em relação ao ano anterior. Umbandistas e candomblecistas, que representam apenas 1% da população segundo o Censo 2022, são os principais alvos.

Apesar de reconhecer que adeptos do candomblé enfrentam discriminação no Brasil, a corte americana considerou que o casal não comprovou que o governo brasileiro tenha falhado em protegê-los. A decisão citou um relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2023, que mencionou invasões policiais a terreiros, mas também destacou a lei sancionada pelo presidente Lula que criminaliza a intolerância religiosa.

Em um trecho controverso, os juízes sugeriram que a família se mudasse para o Nordeste, onde, segundo eles, o candomblé seria "popular e celebrado". A corte argumentou que, como o casal tem "habilidades laborais transferíveis", seria razoável uma realocação interna. Dados do Censo mostram que o estado com maior proporção de praticantes de religiões afro-brasileiras é o Rio Grande do Sul (3,2%), enquanto a Bahia, frequentemente associada a essas tradições, aparece em terceiro em registros de intolerância, atrás de Rio de Janeiro e São Paulo.

O caso ocorre em meio a protestos na Califórnia contra deportações em massa, prometidas pelo ex-presidente Donald Trump em sua campanha. A comunidade brasileira nos EUA tem relatado medo diante do endurecimento das políticas migratórias.