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Monique Lobo
Publicado em 30 de julho de 2025 às 18:33
O decreto que oficializa tarifas de 50% aos produtos exportados pelo Brasil foi assinado nesta quarta-feira (30), pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A concretização da taxação veio, no entanto, acompanhada de uma lista com 694 exceções, ou seja, produtos que não serão afetados pela nova tarifa. >
Ficaram de fora produtos como suco de laranja, celulose e os aviões da Embraer, importantes na pauta da exportação brasileira. >
Por outro lado, produtos como café e carnes não entraram na lista e sofrerão a taxação extra de 40% - além da de 10% que já estava em vigor desde abril - chegando a 50%, que começa a valer a partir da próxima quarta-feira (6). >
Veja a lista de produtos isentos do tarifaço:>
Política x Economia>
A ordem executiva divulgada pela Casa Branca trouxe um texto com um tom mais político do que econômico. "Hoje, o presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos", informou o documento.>
O texto ainda afirma a tarifa adicional de 40% é "para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do governo do Brasil que prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos, a política externa dos EUA e a economia dos EUA".>
O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi mencionado diretamente no documento divulgado pela Casa Branca: "A Ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores constituem graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil".>
Além de menção ao ex-presidente, a ordem assinada por Trump também critica a regulação às redes sociais no Brasil. Em um trecho, o documento diz que "recentemente, membros do governo brasileiro tomaram medidas sem precedentes para coagir, de forma tirânica e arbitrária, empresas americanas a censurar discursos políticos, remover usuários da plataforma, entregar dados sensíveis de usuários americanos ou alterar suas políticas de moderação de conteúdo, sob pena de multas extraordinárias, processos criminais, congelamento de ativos ou exclusão completa do mercado brasileiro".>
Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes também foi criticado. "Desde 2019, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tem abusado de sua autoridade judicial para ameaçar, atingir e intimidar milhares de seus oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, muitas vezes em coordenação com outras autoridades brasileiras, incluindo outros ministros do Supremo Tribunal Federal, em detrimento de empresas americanas que operam no Brasil".>
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