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Criança brasileira tem dois dedos amputados por colegas de escola em Portugal: 'achava que ia morrer'

Para a mãe, garoto sofreu agressão por ser brasileiro, preto e uma pessoa gorda, além de ser novo na escola

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 08:47

Criança brasileira tem dois dedos amputados por colegas de escola em Portugal: 'achava que ia morrer'
Criança brasileira tem dois dedos amputados por colegas de escola em Portugal: 'achava que ia morrer' Crédito: Reprodução

O brasileiro José Lucas, 9 anos, teve dois dedos da mão esmagados e amputados por colegas da escola em que estuda, em Portugal. A agressão ocorreu na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, no Distrito de Viseu — que fica a cerca de 130 km do Porto. Segundo a mãe de José, Nívia Estevam, 27, duas crianças fecharam a porta no dedo do menino quando ele foi ao banheiro da escola. Para a mãe, o garoto sofreu agressão por ser brasileiro, preto e uma pessoa gorda, além de ser novo na escola. Esse era o primeiro ano de José Lucas nessa escola.

"Ainda seguraram a porta, impedindo o meu filho de sair e pedir ajuda. Ele relatou que pensou que ia morrer pois perdeu muito sangue e precisou se arrastar por baixo da porta, com os dedos já amputados", relatou em uma postagem numa rede social. José Lucas ficou internado por 1 dia e perdeu a primeira parte do indicador e do dedo maior. "O dedo maior ficará sem unha e o indicador ficará com apenas a metade", afirmou a mãe.

Criança brasileira tem dois dedos amputados por colegas de escola em Portugal: 'eu achava que ia morrer' por Reprodução

A mãe diz que o garoto precisou passar por 3 horas de cirurgia e irá ficar com sequelas físicas e psicológicas, além de ter precisado de doses altas de morfina para aguentar as dores.  "Procurei primeiro tratar do meu filho, ver como ele vai ficar. A gente está fora de casa, a gente está sem dormir, sem comer, a única coisa que a gente quer é justiça. Não queremos mais nada além disso. Consegui ajuda de uma advogada e espero trazer resposta de que vai ter alguém que vai pagar por isso, porque deixei meu filho na escola e poderia ter acontecido com qualquer criança da escola", explica.

Ainda de acordo com Nívea, essa não foi a primeira vez que o filho foi agredido por colegas. Cinco dias antes da amputação, a mãe chegou a realizar uma queixa formal à professora do garoto, Sara Costa, relatando outra agressão sofrida pela criança. "Após queixas de agressões recorrentes feitas a escola, como puxões de cabelo, pontapés, e enforcamento, nenhuma atitude foi tomada por parte da escola, no qual se agravou para amputação das pontas de dois dedos do meu filho".

A brasileira denuncia ainda que quando foi acionada pela escola não foi informada sobre a gravidade da situação. O episódio ocorreu cerca de 1h30 depois da chegada do menino à escola. Nívia relata que a professora da turma telefonou dizendo apenas que José “estava brincando” com colegas e “amassou o dedo na porta, minimizando a gravidade do caso". No entanto, durante a ligação, a mãe ouviu alguém pedir que chamassem uma ambulância. Ela correu até a escola — a menos de cinco minutos de casa — sem ser informada de que o filho havia tido dois dedos amputados.

Após o procedimento, o hospital acionou uma assistente social, que notificou a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. O órgão abriu uma investigação. Nívea contou ainda que, um dia após a ocorrência, procurou a polícia local, mas ouviu que se tratava de um acidente. Em nota, a Direção do Agrupamento de Escolas de Souselo, instituição de ensino que une várias escolas da região, informou que tem conhecimento do caso e abriu um processo de investigação interna, “dando cumprimento à legislação em vigor”.

Ela denuncia ainda negligência da escola nas medidas adotadas após a ocorrência. "Não guardaram os pedaços dos dedos do meu filho, ainda limparam todo o local do ocorrido. A escola está tratando isso como uma brincadeira de mau gosto. Eu só quero justiça dentro da lei", ressalta. Mesmo com a repercussão, Nívia está com medo e decidiu mudar de distrito e passou a viver na casa dos sogros.