Ex-neonazista que inspirou filme com Edward Norton agora é fervoroso judeu

O ex-neonazista da Filadélfia (EUA) que inspirou o personagem skinhead de Edward Norton no filme "A Outra História Americana", de 1998, revelou que agora é um fervoroso judeu após descobrir sua herança genética. As informações são do jornal Extra.

Frank Meeink foi líder de um grupo violento de ultradireita no início da década de 1990. Antissemita e exibindo uma suástica flamejante tatuada no pescoço, ele protestou contra o que chamou de "governo de ocupação sionista" e acreditava que os judeus eram "a raiz de todo o mal" no mundo.

Derek Vinyard, o personagem de Norton no cinema, também seguiu o caminho de Meeink para a redenção quando ele começou a abandonar suas opiniões racistas depois de iniciar amizades com presidiários negros numa prisão.

Muito depois de abandonar o neonazismo e de tentar reparar o seu passado, ele fez um teste 23andMe e descobriu que tem ascendência judaica – e agora abraçou a sua herança. Ele foi levado a fazer o teste por um comentário casual de um amigo de que "ele parecia judeu".

"Eu só queria ver se era verdade, queria ver se era real", declarou Meeink. Descobri por um lindo presente de Deus que era judeu através do DNA", completou o americano, que cresceu numa comunidade católica e acabou sendo criado por um tio que idolatrava Adolf Hitler no interior da Pensilvânia (EUA).

Aos 15 anos, Meeink já havia ingressado – e sido expulso – da Ku Klux Klan antes de decidir formar seu próprio grupo com um primo, chamado Strikeforce. Meeink usava a Bíblia para pregar o ódio, "tal como o Hamas faz com o Alcorão", segundo diz agora, e começou o seu próprio programa de televisão a cabo, de acesso público, em Springfield (Illinois, EUA), chamado "O Reich", cheio de "esquetes e piadas racistas".

O teste genético mostrou que sua composição ancestral é de 2,4% de judeus Ashkenazi. A pequena proporção desmentia a sua importância: a bisavó materna de sua mãe, Elizabeth Zellman Rementer, era judia – o que significa que, de acordo com a tradição da descendência matrilinear, ele também o é. Embora nem todos os estudiosos judeus aceitem essa definição, muitos o fazem.

Aos 48 anos, Meeink abraçou entusiasticamente o judaísmo, reza três vezes ao dia usando o talit e tefilin dos judeus praticantes, frequenta a sinagoga, vai a três aulas de estudo da Torá por semana e se mantém kosher (alimentação permitida de acordo com as regras descritas na lei judaica).