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Agência Brasil
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 14:15
- Atualizado há 2 anos
Terminou na manhã de hoje (19) o prazo dado pelo governo espanhol para que Carles Puigdemont, líder catalão, restabelecesse a ordem constitucional da região. Em carta enviada ao presidente Mariano Rajoy, Puigdemont não cedeu e ameaçou que, sem abertura para o diálogo, pode votar no parlamento a independência da Catalunha.>
Em resposta a Puigdemont, Rajoy anunciou que se reunirá com o Conselho de Ministros no próximo sábado (21) para avançar com a aplicação do Artigo 155 da Constituição, que permite ao Estado suspender a autonomia da Catalunha e o processo de independência.>
Na carta escrita pelo líder catalão, ele afirma que um elevado percentual de eleitores decidiram, no referendo do dia 1º de outubro, pela independência. “Um percentual superior ao que permitiu o Reino Unido iniciar o processo do Brexit e com um número de catalães maior do que o que votou o Estatuto de Autonomia da Catalunha”, diz o texto.>
Puigdemont acusa ainda o governo espanhol de não querer dialogar e continuar com as repressões - se referindo a prisão preventiva de dois líderes independentistas esta semana.>
Mariano Rajoy afirmou que usará todos os meios necessários para restabelecer a legalidade, para recuperar a convivência pacífica entre os cidadãos e para frear o desgaste econômico causado pela insegurança jurídica da Catalunha.>
Histórico>
No dia 1º de outubro, um referendo considerado ilegal pelo governo espanhol foi realizado na Catalunha. Com cerca de 2 milhões de votos a favor da independência catalã, Carles Puigdemont defendeu que a região teria obtido “o direito de ser um Estado independente”.>
No entanto, apesar dos apelos de Puigdemont para abertura de diálogo com o governo central, Mariano Rajoy manteve a posição de não reconhecer o pleito e de não dialogar enquanto o líder catalão não reestabelecesse, formalmente, a ordem constitucional. Nenhum organismo internacional se ofereceu para mediar o conflito.>
Na semana passada, Puigdemont fez uma declaração considerada confusa pelo governo espanhol, na qual supostamente anunciou a independência da região mas, imediatamente após, pediu a suspensão da declaração para que houvesse tempo para o diálogo.>
Diante disto, o governo espanhol enviou requerimento a Puigdemont, em que dava o prazo de cinco dias (até segunda-feira, 16) para que confirmasse se declarou ou não a independência da região. O documento estabelecia ainda que o presidente catalão teria até hoje (19) para retificar a decisão e restaurar a ordem constitucional.>