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Carol Neves
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 10:17
A investigação sobre a morte de três jovens argentinas, Brenda Castillo, Morena Verri e Lara Gutiérrez, ganhou novos desdobramentos após a descoberta dos corpos e a prisão de 12 pessoas. Segundo informações oficiais, a tortura e o assassinato das vítimas foram transmitidos ao vivo a um grupo restrito de cerca de 45 cúmplices. Durante a transmissão, um dos líderes teria dito: "Isso acontece com quem rouba minhas drogas", segundo o secretário de Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso.>
Os corpos das jovens foram encontrados em uma casa vinculada a uma organização criminosa na região metropolitana de Buenos Aires. Conforme relatou o jornal "La Nación", os restos mortais estavam desmembrados e parcialmente escondidos no subsolo, dois deles dentro de sacos de lixo, com sinais de extrema violência. Lara, a mais jovem, teve cinco dedos da mão esquerda e uma orelha amputados antes de ser degolada. Brenda foi esfaqueada várias vezes no pescoço, espancada no rosto e morta com um golpe que esmagou seu rosto, sendo posteriormente cortada no abdômen. Morena sofreu espancamento no rosto antes de ter o pescoço quebrado.>
A principal linha de investigação indica que as mortes foram um acerto de contas ordenado por um traficante peruano foragido, líder da quadrilha que controla pontos de venda de drogas na favela 1-11-14, na periferia sul de Buenos Aires. Pessoas próximas às vítimas relataram à polícia que uma delas havia apreendido um quilo de cocaína e US$ 70 mil do criminoso.>
Veja quem eram as vítimas
Segundo o "La Nación", a primeira pista sobre o desaparecimento das jovens veio de familiares, que relataram que elas haviam combinado um encontro com um cliente, oferecendo US$ 300 para cada uma. Com essa informação, investigadores conseguiram rastrear o veículo no qual embarcaram – uma picape Chevrolet Tracker branca, com placas duplicadas e procurada por roubo desde agosto – até desaparecer no cruzamento de duas ruas. O último sinal do celular de Lara foi registrado às 23h14 de 19 de setembro, em uma antena na cidade de Florencio Varela, a cerca de uma hora do posto de gasolina onde as jovens foram vistas pela última vez.>
Brenda, Morena e Lara desapareceram em 19 de setembro, por volta das 21h29, após saírem da casa de uma delas em La Tablada, um bairro carente do distrito de La Matanza, o mais populoso da província de Buenos Aires. O último contato com os celulares ocorreu na madrugada de 20 de setembro, quando todos foram desligados. Os familiares de Lara, a mais jovem, tentaram registrar a ocorrência no mesmo dia, mas foram instruídos a aguardar 24 horas, segundo o "La Nación".>
As vítimas eram Brenda Castillo, de 20 anos, mãe de uma criança; Morena Verri, 20 anos; e Lara Gutiérrez, 15 anos. Brenda e Morena eram primas e trabalhavam como profissionais do sexo.>
As prisões ocorreram em diferentes frentes. Um homem e uma mulher foram detidos no local onde os corpos estavam, encarregados de limpar a casa, que apresentava manchas de sangue, cheiro forte de cloro e terra revolvida. Os proprietários do imóvel, ligados à organização criminosa, também foram presos. Entre os detidos, segundo fontes oficiais, estão Maximiliano Andrés Parra, 18; Daniela Ibarra, 19; Miguel Ángel Villanueva Silva, 25; e Magalí Celeste González, 28. Os dois últimos são cidadãos peruanos.>
Ao todo, 12 pessoas já foram presas, mas as autoridades alertam que mais indivíduos podem estar envolvidos. O caso segue sob segredo de Justiça, enquanto a polícia trabalha para esclarecer o papel de cada acusado na execução e transmissão do crime.>