Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 11:02
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou nesta sexta-feira (26) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, diante de um plenário visivelmente esvaziado e hostil. Diversas delegações, incluindo representantes do Brasil, deixaram a sala antes de sua fala. Diplomatas que permaneceram na plateia exibiam lenços palestinos, em sinal de protesto. Antes do início da fala, o premiê ainda foi vaiado.>
Netanyahu aproveitou o discurso para reafirmar sua posição contrária à criação de um Estado palestino, declarando: "não haverá um Estado palestino". O premiê comentou a recente onda de apoios de países à Palestina. "Vocês estão dando uma enorme recompensa para fanáticos intolerantes. É como se estivessem dando um Estado para a Al Qaeda a um quilômetro de NY após o (ataque) 11 de Setembro. É pura insanidade e não vamos fazer isso. (...) Não vamos cometer suicídio nacional só porque vocês não têm coragem de encarar a mídia mentirosa", disse em resposta a líderes estrangeiros. >
Veja imagens da destruição na Faixa de Gaza
A declaração ocorre em meio à ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, onde tanques entraram ontem na capital da região, que Netanyahu identifica como último reduto do Hamas. Centenas de milhares de civis permanecem na área, sendo atingidos pelo avanço das tropas. >
Somente hoje, 47 palestinos morreram em ataques israelenses, sendo 28 na cidade de Gaza, segundo levantamento da emissora qatari Al Jazeera, baseado em fontes médicas. Apesar da controvérsia internacional e do isolamento diplomático, Netanyahu mantém o apoio dos Estados Unidos. Ele deve se reunir a portas fechadas hoje com o presidente Donald Trump, em Washington.>
O voo do premiê para os EUA precisou desviar de países europeus devido a ordens de prisão emitidas pelo Tribunal Penal Internacional, com base em acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.>
A tensão diplomática se intensifica diante de esforços para avançar em soluções de dois Estados, reconhecendo Palestina e Israel. Um dia antes da abertura da Assembleia Geral, representantes de França, Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal e Bélgica confirmaram oficialmente o reconhecimento da Palestina como Estado, somando-se a países como Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia, que já haviam tomado a mesma posição no ano passado.>