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Presidente Macron anuncia que França vai reconhecer Estado Palestino

Decisão, que vale a partir de setembro, foi criticada por Israel

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Carol Neves

  • Estadão

Publicado em 25 de julho de 2025 às 07:56

Presidente da França, Emmanuel Macron virá a Salvador para fórum ‘Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com a África’
Presidente da França, Emmanuel Macron Crédito: Divulgação

Enquanto a crise humanitária em Gaza se intensifica, a França anunciou que reconhecerá oficialmente o Estado palestino durante a Assembleia-Geral da ONU, marcada para setembro. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira (24) pelo presidente Emmanuel Macron.

Em declaração publicada na rede social X, Macron afirmou ser urgente "que a guerra cesse e se preste socorro à população civil". Segundo ele, o reconhecimento do Estado palestino é uma forma de "dar uma contribuição para a paz no Oriente Médio".

A iniciativa francesa provocou forte reação em Israel. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu acusou Paris de recompensar o terrorismo. "Um Estado palestino nessas condições seria uma plataforma para aniquilar Israel, não para viver em paz", declarou. Para Netanyahu, os palestinos não desejam coexistir com Israel, mas sim substituí-lo.

A proposta de reconhecimento da Palestina já vinha sendo sinalizada por Macron nos últimos meses, mas o anúncio ocorreu em um momento de forte pressão internacional para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Fome em Gaza

A ONU alertou para o agravamento da fome no território, onde a escassez de alimentos, água potável e medicamentos provocou, nos últimos quatro dias, a morte de 45 pessoas por desnutrição. As imagens de crianças em estado crítico de saúde ganharam repercussão global, aumentando os apelos por um cessar-fogo imediato.

De acordo com o Comitê Internacional de Resgate e o Programa Mundial de Alimentos, cerca de 500 mil palestinos enfrentam insegurança alimentar, e 100 mil vivem em situação de inanição. Um terço da população de Gaza passa dias sem acesso a qualquer refeição.

Em resposta às denúncias, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, negou que o país seja responsável pela fome. "Trata-se de uma escassez provocada pelo Hamas", afirmou, acusando o grupo de sequestrar parte da ajuda enviada. O Hamas refuta essas alegações.

Desde o início da guerra, Israel impôs severas restrições à entrada de suprimentos em Gaza. Entre março e maio, interrompeu completamente a distribuição de ajuda humanitária como estratégia de pressão contra o Hamas, agravando ainda mais a situação da população local.

No campo diplomático, as negociações por uma trégua estão paralisadas. Netanyahu mandou de volta a Israel seus representantes que participavam das conversas no Catar. O enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, atribuiu o impasse à falta de compromisso do Hamas. Diplomatas de outros países, porém, acreditam que a retirada dos dois lados pode ser uma tática para conseguir mais concessões.

A União Europeia, por sua vez, tem adotado um tom mais firme e ameaçou impor sanções a Israel caso o fluxo de ajuda não seja ampliado. Alguns de seus membros pediram medidas concretas diante do colapso humanitário. Nesse cenário, o posicionamento francês ganha ainda mais relevância: caso leve a promessa adiante, a França se tornará o país mais influente a reconhecer formalmente o Estado palestino.

Atualmente, 147 dos 193 países-membros da ONU já reconhecem a Palestina, incluindo várias nações da Otan. Os Estados Unidos continuam sendo a principal exceção e influenciam diretamente aliados como Canadá, Reino Unido e Austrália.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer enfrenta pressão crescente dentro do próprio governo para adotar uma postura semelhante à de Macron. Ontem, Starmer afirmou que manteria conversas hoje com o presidente francês e o chanceler alemão, Friedrich Merz, com o objetivo de discutir formas de reduzir o número de mortes em Gaza. "O sofrimento e a fome em Gaza são indescritíveis e indefensáveis", declarou o premiê britânico.