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Estadão
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 13:28
Israel afirmou nesta segunda-feira, 6, que 171 ativistas detidos por participarem de uma flotilha de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza, incluindo a sueca Greta Thunberg, foram deportados para a Grécia e a Eslováquia.>
De acordo com uma publicação do Ministério das Relações Exteriores de Israel no X (antigo Twitter), os deportados eram cidadãos da Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polônia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Suíça, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos. Brasileiros não estão no grupo. >
O Ministério das Relações Exteriores do país também divulgou fotos de Greta e outros ativistas com camisetas brancas e calças de moletom cinza.>
As autoridades israelenses negam as acusações de maus-tratos feitas por ativistas que foram deportados para a Turquia, Espanha e Itália no final de semana. “As mentiras que eles estão espalhando fazem parte de sua campanha de notícias falsas pré-planejada”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel.>
150 ativistas ainda estão detidos>
A advogada da associação Adalah, Lubna Tuma, que representa mais de 470 participantes da Flotilha Global Sumud, afirmou que 150 pessoas ainda estão detidas na Prisão Ketsiyot e que 40 delas estão em greve de fome. O grupo foi interceptado por Israel ao tentar chegar à Faixa de Gaza na última quarta-feira, 1º.>
“Alguns declararam que preferem que sua comida vá para o povo de Gaza”, disse Lubna durante uma entrevista coletiva ao vivo nesta segunda-feira, 6, transmitida nos perfis da Adalah e da Flotilha Global Sumud no Instagram. Ela acrescentou que alguns dos ativistas se recusaram a beber água “até que todos os detidos recebam tratamento médico”.>
Lubna disse também que as autoridades israelenses violaram repetidamente os direitos dos ativistas, a começar pela interceptação em águas internacionais, transferência para Israel e, posteriormente, para uma prisão de segurança máxima, onde a advogada afirma que os detidos foram sujeitos a violência física e humilhação.>
Israel nega as acusações e alega ter respeitado todos os direitos legais dos ativistas. O Ministério das Relações Exteriores do país ainda afirmou que um dos detidos mordeu uma funcionária da equipe médica da Prisão Ketsiyot.>
Manifestações de apoio>
A interceptação da flotilha levou a manifestações em grande escala em cidades de todo o mundo e grandes concentrações em aeroportos para receber os deportados.>
Vários ativistas que foram libertados nos últimos dois dias alegaram maus-tratos por parte das autoridades israelenses. “Houve desumanização, violência e gritos”, disse a holandesa Roos Ykema, que foi deportada para Madri no domingo. “Mas recebemos o tratamento europeu”, acrescentou.>
Seus comentários foram repetidos pela ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau, que retornou à cidade espanhola no final deste domingo, 5. “Fomos detidos em uma prisão de segurança máxima onde não havia Estado de Direito, eles não respeitaram nenhum dos nossos direitos”, disse Ada ao desembarcar. “Mas sabemos que isso não é nada comparado ao que o povo palestino sofre todos os dias em Gaza.”>