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Kodak corre risco de fechar as portas por dívida de R$ 2,8 bilhões e queda nas receitas

Empresa icônica da fotografia admite em relatório que pode não ter recursos para continuar operando até 2026

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 13:32

Kodak
Kodak Crédito: Shutterstock

A Eastman Kodak, empresa com mais de um século de história no setor de fotografia, pode encerrar suas atividades no próximo ano. Em relatório recente enviado a investidores, a companhia alertou que enfrenta dificuldades financeiras graves e que não tem recursos garantidos para quitar uma dívida de cerca de 500 milhões de dólares (aproximadamente R$ 2,8 bilhões), com vencimento previsto para maio de 2026.

No comunicado, a empresa afirma não dispor de “financiamento comprometido ou liquidez disponível” para arcar com suas obrigações, o que, segundo o próprio documento, levanta “dúvidas substanciais sobre a capacidade da companhia de continuar operando”.

A repercussão do alerta foi imediata: as ações da Kodak (KODK) despencaram mais de 25% nas negociações de terça-feira (12). Para tentar conter a crise e gerar caixa, a empresa pretende suspender pagamentos relacionados ao plano de aposentadoria de seus funcionários.

Perdas e retração no setor principal

Os números do primeiro trimestre de 2025 confirmam a situação delicada. A Kodak registrou um prejuízo líquido de 7 milhões de dólares, revertendo o lucro de 32 milhões obtido no mesmo período de 2024. A receita ficou praticamente estável, caindo levemente de 249 para 247 milhões de dólares.

Apesar de a divisão de Materiais Avançados e Químicos ter apresentado crescimento de 25%, o setor de Impressão - ainda central nas operações da empresa - recuou 9%. Além disso, as reservas de caixa diminuíram de 201 para 158 milhões de dólares em apenas três meses.

Tom otimista

Mesmo diante do cenário negativo, o CEO da Kodak, Jim Continenza, adotou um tom positivo. “No segundo trimestre, a Kodak continuou a progredir em relação ao nosso plano de longo prazo, apesar dos desafios de um ambiente de negócios incerto”, declarou.

Um porta-voz da companhia também buscou tranquilizar o mercado, em entrevista à CNN: “Estamos confiantes de que conseguiremos pagar uma parte significativa de nosso empréstimo antes do vencimento e renegociar, estender ou refinanciar nossas obrigações de dívida e/ou ações preferenciais restantes”.

A empresa também declarou que não espera impacto relevante das tarifas de importação, já que grande parte de seus produtos, como câmeras, tintas e filmes, é fabricada nos Estados Unidos.

De gigante da fotografia à luta pela sobrevivência

Fundada em 1892, a Eastman Kodak foi pioneira na popularização da fotografia. Em 1888, lançou a primeira câmera Kodak por 25 dólares. Durante décadas, dominou o setor, sendo responsável por 90% das vendas de filmes e 85% das câmeras nos Estados Unidos nos anos 1970, segundo a revista The Economist.

Apesar de ter criado a primeira câmera digital em 1975, a empresa não soube aproveitar a inovação e acabou entrando com pedido de falência em 2012, com dívidas de 6,75 bilhões de dólares. Desde então, tenta se reinventar, apostando na fabricação de filmes, produtos químicos e no licenciamento da marca para itens de consumo.