Lobo-terrível: cientistas ressuscitam espécie pré-histórica extinta há mais de 10 mil anos

Uma startup de genética norte-americana anunciou, nesta segunda-feira (7), que concluiu a primeira desextinção de uma espécie, o lobo-terrível. O animal desapareceu da terra há mais de 10 mil anos.

Em publicação no X, a Colossal Biosciences explicou que três filhotes foram trazidos de volta à vida com o uso de genes derivados de um genoma completo de lobo-terrível, reconstruído a partir de DNA antigo encontrado em fósseis que datam de 11.500 e 72.000 anos.

A dupla de animais nascida em 1º de outubro de 2024 foi batizada Rômulo e Remo (em homenagem aos irmãos da mitologia romana), já o terceiro espécime, que nasceu em 31 de janeiro deste ano, foi nomeado Khaleesi, em referência à protagonista da série “Game of Thrones”.

"Este momento marca não apenas um marco para nós como empresa, mas também um salto para a ciência, a conservação e a humanidade", declarou a startup na rede social.

Como a espécie voltou a vida

Uma equipe de cientistas recuperou o DNA do lobo-terrível a partir de dois fósseis, um dente de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos, encontrados nos estados de Ohio e Idaho, nos Estados Unidos, em 2021.

Utilizando a tecnologia Crispr, que consiste em uma espécie de “tesoura genética”, os cientistas da Colossal Biosciences editaram o genoma do lobo cinzento para expressar características específicas dos lobos-terríveis, como a pelagem de cor clara, comprimento do pelo, padrão da pelagem, assim como tamanho do corpo e musculatura.

Os embriões foram, então, implantados em cães que deram à luz a duas ninhadas, apesar de não serem completamente iguais aos lobos-terríveis de 13 mil anos atrás, os animais ressuscitados são próximos geneticamente da espécie extinta.

Os espécimes estão sendo criados em um centro de preservação da vida selvagem no norte dos Estados Unidos. A localização exata é mantida em segredo para evitar visitas de curiosos.

Os lobos-terríveis dominaram o sul do Canadá e os Estados Unidos no passado. Com dentes e mandíbulas enormes, eles caçavam cavalos, bisões e mamutes. Mas a extinção dessas presas, provocada pela caça de humanos, teria contribuído também para o desaparecimento deles.