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Moldávia decide próximo presidente e adesão à UE em meio a temores

A atual presidente da Moldávia, Maia Sandu, é favorita para garantir outro mandato presidencial em uma eleição

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 20 de outubro de 2024 às 18:53

A população da Moldávia vai às urnas neste domingo, 20, para decidir sobre dois temas importantes: o próximo presidente do país e se a ex-nação soviética continua no processo de adesão à União Europeia (UE). A votação ocorre em meio a temores de uma possível interferência da Rússia, que deseja que os moldavos não se aproximem do Ocidente. Moscou nega que esteja interferindo na Moldávia.

A atual presidente da Moldávia, Maia Sandu, é favorita para garantir outro mandato presidencial em uma eleição em que 11 candidatos estão concorrendo. Em 2020, Sandu tornou-se a primeira mulher a liderar o país, que fica entre a Romênia, país que está na União Europeia e na Otan, e a Ucrânia, nação invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Se Sandu não conseguir obter mais de 50% dos votos neste domingo, um segundo turno será realizado no dia 3 de novembro, o que poderá colocá-la contra Alexandr Stoianoglo, um ex-procurador-geral que tem posições mais favoráveis a Moscou e está com 10% das intenções de voto.

Referendo

Os eleitores também escolherão "sim" ou "não" no referendo sobre a entrada no bloco europeu. As sondagens preveem uma vitória do sim com 55%, mas a incógnita será a participação eleitoral, que precisa atingir pelo menos 33% para que o referendo seja válido

Os partidos da Moldávia que têm uma tendência pró-Rússia estão tentando boicotar o referendo para que a participação não chegue a 33%.

"Esta votação determinará o nosso destino durante muitas décadas", declarou Sandu neste domingo. "É a vontade do povo moldavo que tem de ser expressa, e não a vontade de outras pessoas, nem dinheiro sujo", insistiu a candidata, conhecida pela sua reputação de incorruptibilidade.

Acusação de interferência russa; Moscou nega

O governo da Moldávia acusa a Rússia de estar por trás de uma campanha de "guerra híbrida" para desestabilizar o país e inviabilizar o seu caminho em direção ao bloco europeu. As alegações incluem o financiamento de grupos de oposição pró-Moscou, difusão de desinformação, intromissão nas eleições locais e o apoio a um importante esquema de compra de votos. Moscou tem negado repetidamente que esteja interferindo na Moldávia.

No início de outubro, as autoridades moldavas afirmaram ter descoberto um enorme esquema de compra de votos orquestrado por um oligarca pró-Rússia exilado que atualmente reside na Rússia. Autoridades acreditam que ele pagou € 15 milhões a 130 mil cidadãos para minar os resultados das duas cédulas.

A Moldávia, uma antiga república soviética com uma população de cerca de 2,5 milhões de habitantes, candidatou-se à adesão à União Europeia após a Rússia invadir a Ucrânia. Bruxelas concordou em junho com o início das negociações de adesão.