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Estadão
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 10:58
O Prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi concedido para três cientistas que estudam tolerância imunológica periférica - os americanos Mary Brunkow, Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguchi -, anunciou a Academia Sueca de Ciências nesta segunda-feira, 6. As descobertas desse trio são cruciais para impulsionar pesquisas sobre câncer e doenças autoimunes. >
O sistema imunológico é crucial para a nossa sobrevivência e saúde. Sem ele, seríamos altamente vulneráveis, pois estamos constantemente expostos a vírus e bactérias, por exemplo. Por meio desse sistema, o corpo combate patógenos e guarda um tipo de memória para saber qual é a melhor forma de reagir a esse problema.>
A tolerância imunológica periférica é uma das formas que o corpo utiliza para evitar que o sistema imunológico se desregule e ataque os seus próprios tecidos em vez de combater os invasores estranhos.>
As descobertas desse trio de pesquisadores impulsionam o desenvolvimento de tratamentos médicos para câncer e doenças autoimunes. Além disso, pode ajudar na condução de transplantes mais seguros.>
Em meados dos anos 1990, Sakaguchi, da Universidade de Quioto, descobriu uma classe de células além do sistema central, o que explica como o corpo se protege de doenças autoimunes.>
Mary Brunkow e Fred Ramsdell - das Universidades de Princeton e da Califórnia, respectivamente - fizeram outra descoberta crucial em 2001, quando apresentaram a explicação para a vulnerabilidade particular de uma linhagem específica de camundongos a doenças autoimunes.>
Eles descobriram que os camundongos tinham uma mutação em um gene que nomearam Foxp3. Também mostraram que mutações no equivalente humano deste gene causam uma doença autoimune grave, a IPEX.>
Dois anos depois, Sakaguchi conectou esses achados científicos, ao provar que o gene Foxp3 controla o desenvolvimento das células que ele havia identificado em 1995. Essas células - hoje chamadas de células T reguladoras - monitoram outras células imunes e garantem que o sistema imunológico não ataque os próprios tecidos do corpo.>
Com o entendimento disso, os avanços possíveis são:>
- Evitar que as células T formem uma parede de proteção em tumores, o que prejudica o tratamento contra certos tipos de câncer;>
- promover a formação de mais células T, o que é útil no tratamento de doenças autoimunes;>
- atuar para que as células T não atuem na rejeição de um órgão transplantado, como um rim ou fígado.>
O vencedores receberão uma medalha de ouro, um diploma e 11 milhões de coroas suecas (o equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões).>
No ano passado, o prêmio de Medicina ficou com os americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun pela descoberta das moléculas de microRNAs e seu papel na ativação e desativação de trechos do DNA.>
A programação segue:>
- Terça-feira, dia 7: Física.>
- Quarta-feira, dia 8: Química.>
- Quinta-feira, dia 9,: Literatura.>
- Sexta-feira, dia 10: Paz.>
- Segunda-feira, dia 13: Economia.>
A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 10 de dezembro, como ocorre todos os anos, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896), criador da premiação.>
Criado em 1901, o prêmio já foi entregue 627 vezes para 976 pessoas e 28 organizações. O Brasil nunca recebeu um Nobel, embora alguns nomes já tenham figurado nas listas de apostas.>